Publicado em 26/03/2025 às 20h00.

Caiado reclama de ‘retaliação’ de Lula e avalia adotar medidas judiciais

As supostas retaliações incluiriam o veto do Ministério da Fazenda a um financiamento de R$ 700 milhões que seria liberado pelo Banco Mundial

Redação
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disse sofrer “retaliações” do governo Lula devido à sua postura de oposição e à pretensão de se candidatar à Presidência da República em 2026. Por essa razão, ele avalia adotar medidas judiciais contra a União.

“É um governo de fofoca, de ti-ti-ti para cá, de ‘vamos perseguir o estado de Goiás’, ‘vamos tirar Goiás da licitação das rodovias federais porque o governador de Goiás é contra nós’. ‘Ah, não vamos passar dinheiro para a saúde, para Goiás, porque o hospital de Águas Lindas está sendo sustentado todo pelo estado de Goiás’”, declarou Caiado em entrevista ao colunista Paulo Cappelli.

As supostas retaliações de Lula incluiriam o veto do Ministério da Fazenda a um financiamento de R$ 700 milhões que seria liberado pelo Banco Mundial. “Um assessor do Haddad fez uma portaria específica para vetar o empréstimo de R$ 700 milhões do Banco Mundial para rodovias em Goiás, com o parecer favorável do Tesouro Nacional e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional”, disse.

“Goiás foi tirado agora do leilão das rodovias federais. Toda rodovia federal que é privatizada e cobra pedágio tem a rota de fuga, que é a sobrecarga nas rodovias estaduais. O que aconteceu? Levaram a matéria para o leilão em São Paulo e excluíram as rodovias de Goiás. Então, por quê? Única e exclusivamente porque o Ronaldo Caiado é oposição ao presidente Lula”, complementou o governador.

“Tem o hospital de Águas Lindas, por exemplo, que está 100% sendo sustentado pelo Estado de Goiás e metade é do governo federal e metade é do governo estadual. Eu tenho seis policlínicas que nunca na minha vida recebi um real do governo federal porque nunca habilitaram minhas policlínicas”, afirmou Caiado.

Segundo Caiado, a bancada de Goiás no Congresso já foi acionada para tentar solucionar o problema junto ao governo federal. Caiado também estuda recorrer à Justiça. “É um caminho [a via judicial]. Entende? Eu passei isso, a nossa pancada, para os deputados federais, para que realmente eles levassem isso adiante, exatamente no momento em que se trocou a ministra da Saúde pelo atual ministro, e que eles buscassem uma definição final em relação a este assunto. Se isso realmente não tiver resultado, lógico que o caminho será esse. Eu poderei demonstrar claramente que Goiás está sendo prejudicado por uma perseguição claramente política”, revelou.

“Esse é o viés que esse governo toma por eu assumir essas posições minhas de não concordar com o plano econômico, que está aí com a agiotagem de 14,25% da taxa de juros. E o governo federal, nessa hora, quer o quê? Jogar a culpa agora nos governos estaduais e nos municípios e dizer que o problema da cesta básica é deles. Quer dizer, ele gasta irresponsavelmente e, de repente, quer que o Estado pague a conta dele”, finalizou o chefe do Executivo goiano.

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