Câmara aprova e hall terá nome de ex-deputado acusado de fala racista

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de resolução polêmico nesta terça-feira (25), que nomeia o hall da taquigrafia da Casa como “ala Arnaldo Faria de Sá”. O homenageado é ex-deputado federal, constituinte e autor de uma fala considerada racista em 2021. Na ocasião, como vereador, Arnaldo Faria de Sá disse que um ex-prefeito era “negro de alma branca”. A informação é de uma matéria do Metrópoles.

O Metrópoles aponta que a proposta de resolução PRC 24/22 é de Aline Gurgel (Republicanos-AP). O texto gerou protesto de alas da esquerda na Casa, mas foi aprovado na noite desta terça na Câmara dos Deputados e vai à promulgação. Glauber Braga (PSol-RJ), por exemplo, discursou contra.

“Ele era um profundo conhecedor do regimento, fez uma defesa importante dos aposentados, mas, na sua última legislatura como vereador, ocorreu um episódio que foi uma declaração de cunho racista, que levou à representação no Conselho de Ética. Ele disse que o cidadão era um negro de alma branca. Esse tipo de declaração não pode ser naturalizada. Nossos sentimentos pela família enlutada, mas, na discussão da determinação de qualquer espaço na Câmara, a luta antirracista tem que ser levada em conta.”

O Metrópoles acrescenta que Arnaldo Faria de Sá (PP-SP) morreu em 16 de junho de 2022, em São Paulo, aos 76 anos. Ele tratava leucemia há mais de 10 anos e estava internado com Covid-19. A proposta de homenagem cita o político como “um dos principais defensores dos aposentados e pensionistas do serviço público e do INSS”, o “grande responsável pela aprovação da PEC Paralela da Previdência” e “responsável pela criação das Delegacias de Polícia do idoso”.

Ainda segundo o Metrópoles, na polêmica frase racista, um ano antes da morte, o parlamentar falava sobre o ex-prefeito Celso Pitta, de São Paulo.

“Eu me preocupei com um negro, que era o Pitta, o prefeito da capital, que estava escorraçado, estava sendo atacado, vilipendiado. Derrotei o impeachment, ele levou o mandato até o final. Eu estava preocupado com um negro de verdade, negro de alma branca, como as pessoas costumam dizer”. Posteriormente, ele se desculpou publicamente, complementa o Metrópoles.