Publicado em 09/04/2025 às 11h43.

Câmara cobra explicações do governo sobre suposta espionagem da Abin contra o Paraguai

Ministros Mauro Vieira e Rui Costa serão questionados; caso envolve possível invasão hacker durante negociações sobre Itaipu

Redação
Foto: Agência Brasil

 

 

A Câmara dos Deputados vai solicitar informações ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre uma suposta ação de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra o Paraguai. O pedido foi aprovado nesta quarta-feira (9) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN).

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também será questionado sobre o caso.

A Abin é acusada de ter realizado uma invasão hacker em sistemas e contra autoridades paraguaias, com o objetivo de obter informações sobre as negociações envolvendo a Usina de Itaipu. O caso foi revelado inicialmente pelo portal UOL, com base em investigações da Polícia Federal (PF) sobre a chamada “Abin paralela”.

Segundo as investigações, a operação teria sido planejada ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e executada na gestão atual, sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo brasileiro, no entanto, nega que a ação tenha sido colocada em prática.

A PF abriu um inquérito para apurar o vazamento de informações relacionadas ao caso. Enquanto isso, as negociações do Anexo C do Tratado de Itaipu — que define as regras para a comercialização da energia gerada pela hidrelétrica compartilhada entre os dois países — foram suspensas até que a situação seja esclarecida.

O Ministério Público do Paraguai também instaurou uma investigação para apurar a possível ação de hackers e eventuais crimes contra a soberania do país.

O requerimento, apresentado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL), busca esclarecer se o Itamaraty tinha conhecimento da operação, quais medidas têm sido adotadas pela chancelaria brasileira para conter danos diplomáticos e se a ação configuraria uma violação da soberania paraguaia.

Desde a revelação do caso, no fim de março, a possível operação provocou um mal-estar diplomático entre Brasília e Assunção.

Inicialmente, o governo paraguaio afirmou que não tinha informações sobre um eventual ataque hacker. Dias depois, entretanto, a diplomacia do país convocou o embaixador do Brasil em Assunção, José Antônio Marcondes, para prestar esclarecimentos.

Além disso, o Ministério Público do Paraguai abriu uma investigação sobre a possível ação da Abin, com o objetivo de apurar crimes contra a soberania nacional.

De acordo com fontes da Abin, divulgado pelo Metrópoles, a operação teria sido autorizada após a agência identificar supostos planos da inteligência paraguaia contra o Brasil.

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