Publicado em 10/07/2016 às 10h00.

Candidatos na Câmara buscam apoio do Planalto

O novo presidente deverá assumir a Casa num mandato tampão que vai até fevereiro de 2017

Ana Lucia Andrade
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

 

Candidatos que tentam viabilizar seus nomes na corrida pela presidência da Câmara intensificaram a busca por um apoio do Palácio do Planalto após a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na quinta-feira, 7. O novo presidente deverá assumir a Casa num mandato tampão que vai até fevereiro de 2017. A eleição está marcada para ocorrer nesta semana, mas a data ainda é alvo de disputa.

Segundo auxiliares do presidente em exercício, Michel Temer, entre os que o procuraram para se apresentar como postulante à vaga deixada por Cunha estão o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), e os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), Heráclito Fortes (PSB-PI), Fernando Giacobo (PR-PR) e Fábio Ramalho (PMDB-MG).

À exceção de Rosso, que nega ter procurado o Palácio nos últimos dias, os demais confirmam conversas com Temer após Cunha deixar o comando da Câmara. “Conversei com o presidente por telefone ontem e disse que estava tentando viabilizar a minha candidatura e que também estava procurando os partidos de esquerda. Ele me disse que não poderia se envolver porque tinha mais de um candidato da base disputando, mas que o caminho era esse, uma vez que depois do mês de agosto todos deverão sentar para conversar”, afirmou Maia, que tenta garantir o apoio do PT.

O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que fazia oposição ao governo de Dilma Rousseff, esteve reunido anteontem com o presidente em exercício, no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer. “Ele perguntou como estavam as coisas, eu dei mais ou menos o perfil. Mas ele disse que vai ficar neutro e que os ministros não vão interferir” afirmou Fortes.

Representante do chamado Centrão – bloco que reúne 13 partidos -, Giacobo também tratou com a cúpula do governo sobre a candidatura à presidência da Casa. “O presidente falou da responsabilidade do cargo com as pautas mais urgentes para o País e com as votações. Mas disse que o Planalto vai ficar neutro justamente por causa dessa dificuldade da unanimidade em torno de um nome da base do governo”, ressaltou. O primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), também está na lista daqueles que esperam contar com o apoio do governo na briga pelo comando da Casa. “Conversei com Michel há duas semanas e falamos sobre eleição. Disse que poderia ser candidato”, disse o deputado.

Considerado como possível candidato, o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse que foi procurado, recentemente, por ministros mais próximos de Temer para apresentar o atual cenário da disputa. Na avaliação do tucano, a quantidade de candidatos poderá gerar conflitos e culminar na cisão da base aliada, o que seria prejudicial para o governo num momento de instabilidade política. “Tendo a disputa, que é absolutamente natural, ela tem que ser civilizada”, defendeu.

Avulsas – Apesar do posicionamento oficial de que não haverá interferência na disputa por parte do governo, integrantes da bancada do PMDB também vivem a expectativa de Temer servir como um puxador de votos. “Conversei com o Michel no Palácio e acredito que chegarei ao segundo turno. Mesmo se o partido não lançar um candidato, pretendo sair avulso”, disse o deputado mineiro Fábio Ramalho.

Outro peemedebista que também deve disputar a vaga mesmo sem um consenso da bancada é o ex-ministro da Saúde Marcelo Castro (PI) “É natural que o PMDB tenha um candidato por ser o maior partido. Caso não dispute ficará fora da Mesa, o que não seria razoável”, afirmou.

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