Publicado em 09/09/2025 às 08h41.

Carlos Lupi nega envolvimento em fraudes do INSS

Ex-ministro da Previdência Social depôs à CPMI nesta segunda (8)

Redação
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, negou envolvimento nas fraudes do INSS em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) nesta segunda-feira (9). Segundo ele, o presidente Lula (PT) não tinha conhecimento do caso. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), coordenou a sessão. 

Segundo Lupi, ele só entendeu a dimensão das fraudes com o avanço das investigações da Polícia Federal. “A gente, infelizmente, não tem o poder da adivinhação. Nunca tivemos capacidade de dimensionar o tamanho ou o volume do que esses criminosos fizeram no INSS. Foi só depois da investigação para valer, da PF”, disse. 

O ex-ministro negou conhecer figuras centrais do esquema, como o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ele confirmou ter nomeado pessoas ligadas às áreas investigadas, como Adroaldo da Cunha Portal, ex-secretário do Regime Geral de Previdência e Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS afastado em julho de 2023. Porém, Lupi ressaltou que a responsabilidade pelos desvios seria do INSS, por ser uma autarquia autônoma. 

Ele disse ter recebido associações de aposentados logo após assumir o ministério, em março de 2023, e encaminhado as solicitações dos representantes ao INSS, responsável por analisar e tomar providências.

O relator do caso apontou a demora do ministério em agir diante dos indícios de fraudes. Lupi afirmou que, apesar das limitações, tomou medidas a partir de maio de 2023, quando uma reunião entre o INSS e a PF foi realizada. Segundo ele, a investigação começou após envio de informações da ouvidoria da pasta.

Gestão de Lupi

Lupi foi ministro de janeiro de 2023 até maio de 2025. Ele pediu demissão do cargo uma semana após o início da operação da Polícia Federal que investiga o esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).  

Segundo ele, sua saída foi devido a pressões políticas. “Ficou insustentável pela campanha política que se fez contra mim”, afirmou.A oitiva de Lupi foi a mais extensa da CPMI até agora, com nove horas de duração e 32 parlamentares participantes.

Segundo a investigação da Polícia Federal, o esquema de fraudes começou em 2019, com movimentação estimada em R$ 6,4 bilhões ao longo de seis anos.

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