Com 20% de emendas pagas, Neto vê em crise de Rui chance de atrair aliados
Mais inclinado em trocar de lado seria o PP, cujo deputado Cacá Leão virou relator do Orçamento com aval do prefeito; reforma com distritão e fim das coligações favorecem

Enquanto o governador Rui Costa (PT) enfrenta um boicote de deputados por falta de pagamento de emendas desde 2014 e luta com a própria base para ter os seus projetos votados na Assembleia Legislativa, o que não ocorre há quase três meses, o prefeito ACM Neto (DEM) – seu virtual adversário em 2018 – vê no desgaste a chance de incrementar o seu arco de alianças.
O bahia.ba apurou que, até esta quinta-feira (1º), cerca de 20% das emendas da Câmara de Salvador referentes a 2017 já foram executadas. Integrantes do primeiro escalão do Palácio Thomé de Souza ouvidos pela reportagem garantem ainda que os R$ 35 milhões previstos no orçamento municipal para indicações de obras por vereadores serão cumpridos no decorrer do ano. “O que não foi executado ainda é porque aguarda a indicação do vereador. Tem vereador já com 50% de atendimento. Isso oscila porque depende da indicação de cada vereador. Tem vereador que não pediu nada ainda, mas em 2016 nós cumprimos tudo”, afirmou um secretário. Outras formas de agraciar os edis são as ações de iniciativa da prefeitura ou requeridas nos bairros pelas próprias comunidades, em que são erguidas faixas de agradecimento e permitida a associação das intervenções aos políticos que atuam nas áreas.
Além da comparação do cumprimento dos compromissos feitos com os aliados, outras duas frentes de “ataque” de Neto para atrair os atuais parceiros de Rui são o isolamento da gestão petista com o governo federal, hoje comandado por Michel Temer (PMDB), e as mudanças que devem ser efetivadas com a reforma política para a eleição de 2018, que requerem postulantes fortes ao Executivo, tanto para presidente da República quanto para governador do Estado.
Entre as várias propostas em discussão no Congresso, dois pontos já têm a maioria de adesão dos parlamentares: o chamado “distritão”, que permite aos candidatos mais votados serem eleitos, o que acaba com a necessidade dos “puxadores de votos”, e o fim da coligação proporcional, que praticamente extingue as legendas nanicas. Na prática, com o implemento da regra, as siglas calculam que, na Bahia, um parlamentar estadual seria eleito a partir de 35 mil votos e um federal com 65 mil votos, no mínimo. O relator da matéria, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), já tem 260 assinaturas, mas quer apresentar a PEC já com as 308 necessárias para a aprovação em plenário.
Com a expectativa de mudanças no regulamento para o próximo pleito, pelo menos três partidos que integram a coalizão do Palácio de Ondina estariam inclinados a deixar a gestão e parte dos seus membros até negocia as condições com o Thomé de Souza. Apesar do namoro com um grupo do PSD – alguns integrantes já chegaram a se reunir com o articulador político do prefeito, o seu vice Bruno Reis (PMDB), um dos responsáveis pela vitória de Ângelo Coronel na AL-BA –, o senador Otto Alencar, que chefia a sigla na Bahia, ainda é foco de resistência.
No PP, embora o vice-governador seja João Leão, o seu filho, o deputado Cacá Leão, além de já ter tornado públicas as suas insatisfações, foi escolhido recentemente como relator do Orçamento da União na Câmara Federal. Ele contou com a aprovação do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após aval direto de ACM Neto, cujas idas a Brasília têm se tornado cada vez mais frequentes nos últimos tempos. Justamente dos pepistas partiu a exposição da fratura da base de Rui na Assembleia, em função do chamado “calote” das emendas, por meio do deputado Robinho. No PR, José Carlos Araújo já disse que não descarta a hipótese.
Para incrementar ainda mais a prancheta de Neto, a aposta do DEM é de que, se houver queda de Temer, Maia é o nome mais forte para assumir o Planalto, inclusive com o apoio de legendas da atual oposição ao peemedebista.
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