Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
Com o jogo político podre, o Brasil entrou num beco: ou vai ou racha
Ou muda o modelo político ou estará condenado a viver como está, refém dos desatinos dos seus filhos
Frase da vez
“O dinheiro não é só facilmente dobrável, como dobra facilmente qualquer um”
Millôr Fernandes, jornalista, humorista, poeta e jornalista (1923-2012).

Leitores simpáticos perguntam-me: com tantos escândalos, tão sucessivos que um nem dá tempo de esfriar, já vem outro, onde o Brasil vai parar?
Simples. O Brasil entrou num beco sem saída. Ou muda o modelo político ou estará condenado a viver como está, refém dos desatinos dos seus filhos.
Por outro detalhe também simples. Nosso modelo político apodreceu, já o dissemos. Desde que o país foi redemocratizado, nos anos 80, com a decisiva presença do marketing político midiático, as campanhas ficaram excessivamente caras.
Aí começou esse jogo perverso (para nós, o povo, ressalte-se): o empresário paga para o político, superfaturando obras porque, se assim não fizer, vai a pique, não trabalha. E assim se elege uma representação política que constrói um discurso de defesa dos interesses do povo mas, na real, é cada um defendendo o seu lado e o resto que se dane.
Institucionalizou-se a hipocrisia. E aí não há saída: ou muda ou se arrebenta.
Nome aos bois
Essas revelações barulhentas sobre indecências grampeadas, nada mais são do que o escancaramento do jogo de sempre.
A única novidade que elas trazem, a rigor, é a de dar nome aos bois. Mas em essência, nada de novo.

O bom da Bahia 1
O senador Otto Alencar (PSD) diz que a crise econômica revelou um fato positivamente curioso: os baianos são felizes e não sabem.
Ele diz que os governadores do nosso tempo, aí inclusos Roberto Santos, ACM, João Durval, Paulo Souto, César Borges e Jaques Wagner, mais os interinos – ele próprio e Antonio Imbassahy -, tiveram o bom senso de conduzir as finanças estaduais com responsabilidade:
— Agora isso fica explícito. Enquanto a grande maioria dos estados está arrombada, a Bahia vive uma situação de equilíbrio. O melhor é que Rui Costa segue na mesma linha.
O bom da Bahia 2
Ainda bem. Rui Costa prevê, até o fim de 2017, um tombo nas finanças estaduais de R$ 2,5 bilhões.
Ele consegue manter o equilíbrio colhendo os bons frutos do passado e o bom senso do presente.
Temos realmente tido mais sorte do que a média nacional.
Visita incômoda
A Polícia Federal esteve na Assembleia, na segunda passada, em missão oficial. ‘Visitou’ o gabinete do deputado Nelson Leal (PSC).
Das últimas vezes que ela andou por lá, em abril de 2012, no gabinete do deputado Roberto Carlos (PDT), e em julho do ano passado, no de Carlos Ubaldino (PSD), o barulho foi grande.
Desta vez, não houve alarido

É mais em cima
Embora ACM Neto diga que a prioridade dele com Temer é assegurar obras para Salvador, nem por isso deixa de cuidar de colocar aliados confiáveis em postos chaves. Um dos que ele quer colocar na esfera federal é Sílvio Pinheiro, secretário da Mobilidade.
Aliás, Sílvio está na lista dos candidatos a vice. Mas é só cortesia.
O jogo com ele é mais em cima.
Missão na Itália
O vereador Henrique Carballal (PV) embarcou ontem para a Itália junto com o padre André Alencar, pároco da Igreja de São Francisco, na Boca do Rio, e mais oito jovens do bairro atendidos pelo projeto Tchau, mantido pela comunidade europeia da região de Molise.
O Tchau atende mil jovens, ensinando música, dança, culinária, empreendedorismo e línguas, além de tratar 20 pessoas do bairro com fisioterapia. A caravana vai mostrar lá o que se faz cá. A Prefeitura de Salvador firmou convênio com Molise via Fundação Dom Avelar.
Cidade irmã
Carballal também vai assinar um protocolo que torna Compobasso, capital de Molise, cidade irmã de Salvador.
A ideia também é ampliar o Tchau.
Na espera
Terceiro suplente de deputado federal na coligação que elegeu Rui Costa governador, Robinson Almeida (PT) é o primeiro com as licenças de Josias Gomes e Nelson Pelegrino (secretários de Relações Institucionais e Turismo), e agora está na expectativa das urnas de outubro.
O caso: dos 23 eleitos pela coligação, três são prefeituráveis fortes: Moema Gramacho (PT) em Lauro de Freitas, Luiz Caetano (PT) em Camaçari, e Antonio Brito (PSD), em Jequié.
Ele torce ardorosamente pelos três.
Quarentena
Sobre o pedido de quarentena (ficar seis meses ganhando sem trabalhar) que teria sido negado, Robinson diz que é obrigatório pessoas que ocupam altos cargos (ele era chefe de gabinete do ministro do Trabalho) irem para a Comissão de Ética da Presidência.
— No caso, eu pedi permissão para trabalhar. E o pedido foi deferido.
Ele está na liderança do PT na Câmara.

Temer e as letras
Algumas vezes Michel Temer, o presidente interino, tentou incursionar pela linha poética. Publicou alguns livros de gosto discutível e agora sinaliza que quer entrar para a Academia Brasileira de Letras. Antonio Lins tascou-lhe o epigrama:
Homem de letras quer ser,
E esforçou-se o que podia…
Mas, não sabendo escrever,
Pode entrar na Academia.
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