Publicado em 02/09/2025 às 21h50.

Confira como foi o 1º dia do julgamento de Bolsonaro e mais sete réus no STF

Análise do caso será retomada nesta quarta, às 9h, com as sustentações orais das defesas

Redação
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, no fim da tarde desta terça-feira (2), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de participação em uma tentativa de golpe de Estado. A análise do caso será retomada nesta quarta (3), às 9h, com as sustentações orais das defesas.

Além de Bolsonaro, estão no banco dos réus o ex-ministro do GSI, Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de 2022; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem; e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

No primeiro dia de julgamento, o relator Alexandre de Moraes apresentou o relatório da ação penal, reunindo o histórico do processo desde as investigações até as alegações finais. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos oito acusados.

As sessões foram distribuídas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A votação sobre a eventual condenação ou absolvição deve ocorrer apenas nas próximas etapas, e as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Sustentações da defesa

Durante a tarde, os ministros ouviram os advogados dos réus. A defesa de Mauro Cid buscou assegurar a validade do acordo de delação premiada e negou que o militar tenha sofrido pressão de Moraes ou da Polícia Federal para colaborar.

O advogado de Alexandre Ramagem rejeitou a acusação de monitoramento ilegal de ministros do STF, alegando que o então diretor da Abin apenas “compilava pensamentos do presidente da República”. Já a defesa de Almir Garnier negou que o almirante tenha colocado tropas à disposição de um golpe.

Último a se pronunciar neste primeiro dia, o advogado de Anderson Torres minimizou a chamada “minuta do golpe”, encontrada pela PF, classificando-a como “minuta do Google”.

Crimes imputados

Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. No caso de Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, parte das acusações foi suspensa em razão da prerrogativa constitucional, e ele responde a três dos cinco crimes atribuídos ao grupo.

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