Publicado em 05/10/2021 às 13h35.

CPI da Covid: Sócio da VTCLog nega pagamento de propina a ex-servidor do Ministério da Saúde

Raimundo Nonato Brasil alegou que a empresa sempre agiu dentro da lei

David Mendes
Foto: Divulgação / Senado Federal
Foto: Divulgação / Senado Federal

 

Em depoimento nesta terça-feira (5) na CPI da Covid, um dos sócios da VTCLog, Raimundo Nonato Brasil alegou que a empresa sempre agiu dentro da lei.

A Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado esmiuçou as suspeitas de irregularidades nos contratos entre a VTCLog e o poder público.

O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), concentrou-se no crescimento exponencial dos valores dos contratos entre órgãos públicos e a empresa, desde 2017 — sobretudo o contrato com o Ministério da Saúde para distribuição de medicamentos e insumos no valor de R$ 97 milhões anuais.

Segundo o colegiado, vários desses contratos foram firmados com dispensa de licitação, ou sofreram aditivos milionários. O então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria aprovado um desses aditivos mesmo havendo parecer contrário de outro setor da pasta.

Vídeos obtidos pela CPI mostram que Ivanildo Gonçalves da Silva, motoboy do grupo Voetur, à qual a VTCLog pertence, pagou em espécie boletos de Roberto Ferreira Dias em uma agência bancária de Brasília, e fez saques em espécie, de até R$ 400 mil. Em depoimento à CPI em setembro, Ivanildo revelou que ia “constantemente” ao Ministério da Saúde.

“O que nós queremos saber é o destino desse dinheiro, porque nós já temos todas as provas. Por que é que tinha que sacar em dinheiro todos os meses? Esses pagamentos ao Roberto Ferreira Dias eram em retribuição à participação dele no contrato?”, questionou Renan Calheiros.

O relator também chamou atenção para o faturamento anual da VTCLog e seu caráter nacional. Em outros estados, salientou, a empresa paga suas contas por meio de transferências bancárias, e não em espécie, como faz em Brasília.

Nonato não explicou em detalhes a destinação dos valores sacados e pagos, mas negou que sua empresa tenha pago propina a Dias.

“A nossa empresa é uma empresa familiar. A gente faz um cheque e vai ao banco para pagar. Nossa tesouraria não ficava guardando dinheiro. Isso aí foi para pagar as despesas da empresa, retiradas dos sócios. Acho que não tem nada de ilegal nisso”, declarou sócio da VTCLog.

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