Publicado em 29/06/2022 às 08h06.

Cresce pressão por saída de presidente da CEF, acusado de assédio

Investigação no MPF contra Pedro Guimarães foi revelada na terça-feira (28); parlamentares cobram explicações e apuração

Redação
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal (Foto: Agência Brasil)
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal (Foto: Agência Brasil)

Presidente da Caixa Econômica Federal desde o início do atual governo, Pedro Guimarães está sendo investigado pelo Ministério Público Federal por assédio sexual. A apuração tem como base relatos de funcionárias da instituição financeira e foi revelada na terça-feira (28) pelo colunista Rodrigo Rangel, do site Metrópoles.

O caso já gera um movimento por parte de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela demissão do executivo acusado. No Congresso, parlamentares cobram explicações e apuração rigorosa.

De acordo com a colunista Andréia Sadi, as alas política e econômica do governo concordam de que será difícil manter Guimarães no cargo. Temem, inclusive, a reação de Bolsonaro em defesa do auxiliar. A preocupação existe também entre aqueles que planejam a campanha do pré-candidato à reeleição.

A investigação aberta no MPF está sob sigilo, mas alguns relatos das vítimas foram obtidos pelo site Metrópoles. Uma delas conta que Guimarães chama grupo de empregados para jantar com ele. Uma funcionária se sentiu desconfortável em um destes eventos. “Ele pediu que eu levasse até o quarto dele à noite um carregador de celular e ele estava com as vestes inadequadas, estava vestido de uma maneira muito informal, de cueca samba-canção”.

As responsáveis pela denúncia afirmam que Pedro Guimarães agia com insistência e inclusive em viagens do banco. “Nessas abordagens que ele faz pedindo, perguntando se confia, se é legal. Abraços mais fortes, me abraça direito e nesses abraços o braço escapava e tocava no seio, nas partes íntimas atrás, era dessa forma”.

Repercussão política

Ao colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defendeu que “que seja apurado a veracidade” das denúncias. No Congresso, o líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), cobrou a convocação do presidente da Caixa para ele dar explicações. “Qualquer tipo de violência ou assédio sexual é crime e precisa ser combatido com o rigor da lei”, observou.

Para a senadora e pré-candidata a presidente pela terceira via, Simone Tebet (MDB-MS), “corremos perigo na rua, em casa, no hospital, no trabalho. Nem mesmo em um ambiente corporativo, de um grande banco público, as mulheres escapam. Nojo. Exigimos apuração e punição”. Fora do parlamento, o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSol-SP) lamentou que “depois de uma semana de notícias devastadoras sobre violência sexual, surge mais uma. São graves as acusações contra Pedro Guimarães, presidente da Caixa indicado de Bolsonaro.”

Outro lado

Ao site Metrópoles, a Caixa disse que “não tem conhecimento das denúncias apresentadas, que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio e que possui canal de denúncias por meio do qual são apuradas quaisquer supostas irregularidades atribuídas à conduta de qualquer empregado, independente da função hierárquica, que garante o anonimato, o sigilo e o correto processamento das denúncias”.

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