Publicado em 19/04/2021 às 12h06.

Crítico de cinema que disse haver ‘negros inteligentes por aí’ é nomeado na Palmares

Marcos Petrucelli será diretor de Fomento e Promoção da Cultura Afrobrasileira

Redação
Foto: Divulgação
Foto: Reprodução/Twitter

 

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, nomeou como diretor de Fomento e Promoção da Cultura Afrobrasileira do órgão o crítico de cinema Marcos Petrucelli, apoiador explícito de pautas do governo e contrário a demandas do movimento negro. A nomeação foi oficializada nesta segunda-feira (19), segundo o colunista Guilherme Amado, da revista Época.

A publicação lembra que, certa vez, Petrucelli afirmou haver “muitos negros bem inteligentes por aí”, que não aceitariam desculpas carregadas de demagogia de pessoas com “culpa branca”.

“Recado importante que serve para todos os BRANCOS que de repente assumiram a CULPA BRANCA. Não sejam estúpidos, parem de humilhar a si mesmos e deixem a hipocrisia de lado. Há negros bem inteligentes por aí que não aceitam desculpas carregadas apenas de demagogia.”

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Em março de 2020, Petrucelli também afirmou que o diretor Spike Lee, famoso por filmes críticos ao racismo, se vitimiza.

“A fama, combinada sobretudo ao fato de ser negro, fez do cineasta Spike Lee o suprassumo do poderoso vitimista. Acha que tudo pode — inclusive não cumprir regras — e, diante de uma óbvia negativa, apela para a velha narrativa de se estar sendo molestado”, escreveu Petrucelli em uma rede social.

Em outra publicação, negou a violência contra negros ao questionar se estes já haviam sido agredidos por um “cidadão normal” sem motivo aparente.

“Você já viu alguma vez na vida algum cidadão — não estou falando de policiais, não —, um cidadão normal, sair às ruas violentando e agredindo cidadãos negros sem motivo aparente? Pois alguns fazem isso com judeus, só porque são judeus. Entenda isso se quiser discutir o racismo!”.

Também usou um termo chulo para se referir ao Haiti, após o episódio em que um haitiano foi ao Palácio da Alvorada criticar Jair Bolsonaro.

“O Haiti é o mais mais pobre e mais bosta do Caribe, formado por negros dominados e massacrados por ditadores corruptos (também negros). Hatianos fogem da desgraça de seu país para o paraíso do Brasil. Aí um deles vem dizer que o presidente do Brasil não é mais presidente do Brasil”.

Em março, chamou de “preconceito declarado” um programa de treinamento só para negros anunciado pela Folha de S.Paulo, cujo objetivo era promover a diversidade.

“Treinamento em jornalismo… só para negros. A Folha diz que é para reduzir a distância entre o perfil da redação, mais branca, e o da população de maioria negra. Não, caros afro-negões. Isso é preconceito declarado de que vocês valem menos e precisam de treinamento especial”, afirmou em uma rede social.

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