Publicado em 14/06/2025 às 12h00.

Defesa de Mauro Cid pede que STF investigue perfil suspeito nas redes sociais

Advogados solicitam que reportagem da revista Veja sobre uso do perfil “Gabriela R” seja incluída em inquérito; ministro Alexandre de Moraes determina que Meta forneça dados

Redação
Foto: Reprodução/TV Justiça

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (13), que inclua nas investigações uma nova reportagem da revista Veja a respeito de um perfil de rede social, identificado como “Gabriela R”, que estaria sendo utilizado pelo militar.

A publicação aponta que áudios, uma selfie e outras mensagens confirmariam que Cid usava o perfil “@gabrielar702” no Instagram para comentar sobre sua delação premiada. Segundo a revista, ele teria compartilhado imagens pessoais em casa, momentos com a família, links de reportagens críticas ao STF e mensagens sobre estratégias de sua defesa.

“Reiterando todos os termos do requerimento anteriormente formulado para apurar a titularidade e o uso dos perfis ‘@gabrielar702’ ou ‘Gabriela R’, a defesa de Mauro Cid requer que a matéria publicada hoje seja acrescentada às investigações já autorizadas, uma vez que trata-se de fato semelhante e igualmente relevante, com potencial de impactar os termos da colaboração premiada firmada com esta Corte Suprema”, afirmam os advogados.

Na quinta-feira (12), a mesma revista já havia divulgado trechos de uma conversa entre o perfil “Gabriela R” e um interlocutor próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante interrogatório no STF nesta semana, Cid afirmou que não utilizou redes sociais enquanto esteve sob medidas cautelares. Ao ser questionado pelo advogado Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, sobre o perfil “@gabrielar702”, respondeu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.

Após a nova reportagem, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Meta, controladora do Instagram e do Facebook, entregue em 24 horas os dados referentes ao perfil mencionado. A decisão atendeu a um pedido da própria defesa de Cid, que nega ser responsável pelas mensagens e classificou a matéria como uma “falsidade grotesca”.

Ainda nesta sexta, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Cid, que também prestou novo depoimento na sede da corporação em Brasília. Inicialmente, Moraes chegou a decretar sua prisão, mas revogou a medida pouco depois.

Além do uso do perfil suspeito, Cid também é investigado por supostamente planejar uma fuga para Portugal com apoio do ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Como delator, o militar é obrigado a seguir regras rigorosas para manter os benefícios do acordo, incluindo a obrigação de não mentir ou omitir informações.

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