Deputada sofre debandada em Simões Filho e vê prefeito ensaiar alinhamento com Jerônimo

A deputada estadual Kátia Oliveira (União Brasil), que deve disputar sua terceira recondução à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) em 2026, atravessa um momento de desgaste em seu principal reduto eleitoral, Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. O enfraquecimento político da parlamentar ganhou força com a aproximação do prefeito da cidade, Devaldo Soares de Souza, o Del (União Brasil), ao governo do Estado.

Del, eleito em 2024 como sucessor do ex-prefeito Diógenes Tolentino, marido de Kátia, tem intensificado sua presença em agendas com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), anunciando recursos e obras em parceria com o Executivo estadual. O movimento tem sido interpretado como sinal de distanciamento do grupo político da deputada.

Vereador racha com deputada

O risco de isolamento não se limita ao prefeito. Vereadores que antes integravam a base de Kátia também têm migrado para o diálogo com o governo. O vereador Genivaldo Lima (União Brasil), por exemplo, anunciou em sessão da Câmara Municipal, na terça-feira (26), que não apoiará a deputada. Ele criticou a destinação de emendas parlamentares, alegando que as maiores verbas encaminhadas por Kátia beneficiam municípios do interior, e não Simões Filho.

“Emendas grandes ela manda para o sul da Bahia, como R$ 10 milhões para uma ponte. Para Simões Filho, apenas valores pequenos, de R$ 250 mil, R$ 100 mil. Nossa cidade merece coisa melhor”, afirmou o vereador.

Ex-prefeito acusado por abuso de poder político 

Além da perda de aliados, Kátia enfrenta o desgaste político do marido. Diógenes Tolentino é réu em ação que tramita na 33ª Zona Eleitoral do município, acusado de abuso de poder político e econômico.

Segundo a denúncia, ele teria coagido servidores e nomeado 360 comissionados em período vedado pela legislação eleitoral. O processo é conduzido pelo juiz Leonardo Carvalho Tenório de Albuquerque, após afastamento do magistrado Gustavo Rubens Hungria por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Com a base fragilizada, a parlamentar vê crescer o questionamento sobre sua viabilidade política em 2026. O desafio será manter apoio em Simões Filho, cidade que sempre funcionou como principal pilar eleitoral da parlamentar.