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Publicado em 18/12/2025 às 14h54.

Deputado baiano concentrou R$ 152 milhões do orçamento secreto no estado

A irregularidade teria sido identificada pela assessora parlamentar Mariângela Fialek

Luana Neiva
Foto: Divulgação

 

O deputado federal José Rocha (União Brasil) teria direcionado sozinho R$ 152 milhões do chamado orçamento secreto, contrariando o acordo de divisão dos recursos entre os parlamentares. Segundo a colunista Andreza Matais, do portal Metrópoles, o deputado concentrou a maior parte dos valores em sua base eleitoral, beneficiando 84 municípios da Bahia. A lista enviada por ele ao governo incluía apenas 34 cidades fora do estado.

À época, José Rocha presidia a Comissão de Integração Nacional da Câmara dos Deputados e, de acordo com as informações divulgadas, teria utilizado essa posição para destinar a maior parte das emendas de comissão ao seu reduto eleitoral, em prejuízo de outras unidades da federação. Do total de R$ 152 milhões disponíveis, R$ 88 milhões foram alocados exclusivamente para a Bahia.

O parlamentar baiano é o principal denunciante da investigação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal sobre a destinação irregular de emendas parlamentares no Congresso. Em depoimento à Polícia Federal, ele acusou o deputado Arthur Lira (PP) de utilizar o orçamento secreto para favorecer o estado de Alagoas. No entanto, documentos que estão em posse do STF indicariam que José Rocha teria adotado procedimento semelhante ao que hoje critica.

Como a decisão teria sido tomada de forma unilateral, sem passar pela comissão nem ser submetida aos líderes partidários, os demais deputados só perceberam a manobra quando notaram que suas emendas não estavam sendo executadas. Posteriormente, o ministério responsável informou que seguia a lista encaminhada por José Rocha. A irregularidade teria sido identificada pela assessora parlamentar Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, responsável pela organização das planilhas de emendas.

Procurado pela coluna, José Rocha contestou a autenticidade dos documentos aos quais a jornalista teve acesso e negou ter utilizado o cargo de presidente da Comissão de Integração Nacional para direcionar emendas em benefício próprio. Segundo ele, a tentativa de envio dos R$ 152 milhões seria uma “invenção de quem tem culpa no cartório”. Sobre os recursos destinados à Bahia, afirmou não ter responsabilidade, alegando que não possuía competência para distribuir as emendas da comissão e que todas eram “comandadas pelo presidente da Casa, Arthur Lira”.

Luana Neiva
Jornalista formada pela Estácio Bahia com experiências profissionais em redações, assessoria de imprensa e produção de rádio. Possui passagens no BNews, iBahia, Secom e Texto&Cia.

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