Dilma admite pressão, mas diz que não irá renunciar
A presidente fez as declarações ao participar do lançamento do Plano Safra de Agricultura Familiar 2016/2017

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (3) que recebeu pedidos para que renunciasse, mas que a “injustiça” que sofre com o processo de impeachment vai continuar visível. Ela voltou a dizer que está em curso um “golpe” no país, que é vítima de uma fraude e que não vai renunciar ao seu mandato. Mais uma vez, a presidente declarou estar “do lado certo da história”, que é a democracia.
“Muitas vezes, não foi uma nem duas, pediram que eu renunciasse, porque assim se esconde para debaixo do tapete esse impeachment sem base legal, portanto esse golpe. É extremamente confortável para os golpistas que a vítima desapareça, que a injustiça não seja visível. Eu quero dizer uma coisa para vocês: a injustiça vai continuar visível. Bem visível”, disse.
“Se eu for comparar com todos os presidentes que me antecederam, pelo menos os dois últimos, a situação é extremamente estranha. Eu fiz seis decretos. Quem mais fez foi FHC [Fernando Henrique Cardozo] que fez 101 decretos. Falaram que eu não estava cumprindo a meta fiscal. Foram feitos por demanda minha? Não, não fui eu que pedi”, acrescentou, em referência a solicitações de edição dos decretos de crédito suplementar feitas por diferentes órgãos, como o Tribunal Superior Eleitoral.
A presidente fez as declarações ao participar do lançamento do Plano Safra de Agricultura Familiar 2016/2017, que vai fornecer R$ 30 bilhões em créditos para financiamento da produção orgânica e agroecológica de alimentos.
Movimento das elites – Antes de Dilma, outras pessoas que discursaram também condenaram o que chamaram de golpe. Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, há um movimento das elites e oligarquias contra a presidente Dilma e a Constituição Federal, mas também contra políticas públicas que promovem a “inserção social produtiva de milhões de famílias”.
Anunciando demonstrar “indignação cívica” com o momento atual, o ministro petista classificou o processo como “tentativa explícita de romper a ordem constitucional do Brasil, quebrando o mandato legítimo de uma presidenta legitimamente eleita nas urnas”.
“Nesse momento, além da tentativa da quebra do mandato através do golpe, há uma tentativa de golpe contra as políticas públicas sociais que nós implantamos no Brasil nos últimos anos. Está na hora de afirmarmos aqui lealdade ao mandato da presidente, o compromisso com a democracia brasileira e com os mais pobres do Brasil, que têm fome e sede de justiça, que utilizam a função social da terra. Não podemos deixar que eles vençam mais uma vez. Em tono da presidenta Dilma, nós venceremos”, disse Patrus.
Movimentos sociais – Repetindo o discurso que Dilma vem fazendo, Anderson Amaro, do Movimento dos Pequenos Agricultores, disse que impeachment sem crime é golpe. “E golpe nós não aceitamos. Golpistas, nós não vos deixaremos governar um só dia. Lutaremos com ousadia, sem trégua, até estabelecermos a normalidade democrática. Nossa luta é contra o golpe e em defesa da democracia. Nossa luta é pela reforma agrária popular integral e contra o latifúndio. Temer e Cunha, a batata de vocês está assando”, disse.
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, é preciso haver uma “trincheira de luta” para que as políticas públicas não sejam diminuídas “um centímetro”. “Somos a favor da democracia que custou muito suor, muito sangue, muita luta do povo brasileiro. Nós sabemos para quem é que sobra quando acontece isso. É para nós, para o povo, os trabalhadores, os acampados, os assentados, para o agricultor familiar. Nós vamos resistir. Não aceitaremos retrocesso”, disse.
Além dos créditos, o Plano Safra de Agricultura Familiar 2016/2017 vai fornecer uma nova linha de juros mais baixa. Durante o evento, a presidente assinou decreto que regulamenta lei sobre os créditos concedidos aos assentados da reforma agrária. De acordo com Patrus Ananias, também será lançado o 2º Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica 2016/2019.
Sobre a legislação que trada da seleção das famílias beneficiárias, o ministro disse que os acampados serão reconhecidos “como sujeitos de direitos, estabelecendo condições para famílias do programa e aperfeiçoamento”.
Mais notícias
-
Política
20h00 de 18/10/2025
Lula e Barroso discutem sucessão no STF durante jantar de despedida
O ministro se aposentou neste sábado (18)
-
Política
19h39 de 18/10/2025
Jerônimo reforça combate ao crime organizado: ‘Não terão lugar na Bahia’
Petista comentou sobre o assunto durante inauguração da nova sede do pelotão da PM em Laje
-
Política
17h30 de 18/10/2025
Festa de 15 anos da filha de Bolsonaro tem tema do filme ‘As Branquelas’
O evento acontecerá na residência do ex-presidente em Brasília
-
Política
16h50 de 18/10/2025
Lula lamenta mortos em acidente com ônibus em Pernambuco: ‘Momento de dor’
-
Política
16h15 de 18/10/2025
Ciro Gomes se filia ao PSDB e deve disputar o governo do Ceará
Ex-governador do Ceará deixou o PDT nesta sexta-feira (17)
-
Política
14h59 de 18/10/2025
Lula diz que não aceitará que outro país ‘fale grosso’ com o Brasil
Declaração foi dada em meio à tentativa de reaproximação com os EUA
-
Política
14h09 de 18/10/2025
Jerônimo autoriza construção de maternidade regional em Amargosa
Unidade será referência para gestação de alto risco no Vale do Jiquiriçá e integra o Programa Mãe Bahia
-
Política
12h06 de 18/10/2025
Wagner é vacinado por Otto em ação do Ministério da Saúde em Salvador
Senadores fizeram ato em defesa da vacinação durante campanha do Dia D de Multivacinação, no Parque da Cidade
-
Política
10h22 de 18/10/2025
PL e PT promovem ‘união’ a favor de aumento de taxações; entenda
Cacíques do PL afirmaram que vão votar a favor de projeto do líder da bancada petista, Lindberg Farias
-
Política
08h34 de 18/10/2025
Moraes exige explicação de ex-presidente por tornozeleira eletrônica desligada
O equipamento ficou cinco minutos desligado e ministro do STF alerta para quebra de medidas cautelares