Publicado em 15/08/2025 às 07h53.

Do brega à sofrência: por que o arrocha pode ser patrimônio cultural da Bahia?

Gênero musical nasceu em 1990 e, agora, pode ser reconhecido pelo estado

Gabriela Araújo
Foto: Divulgação/Assessorias

 

Um dos gêneros musicais mais ouvidos do país, o arrocha, tornou-se o queridinho dos baianos em 1990, quando já se escutavam as primeiras melodias que misturavam bolero, seresta e brega.

As letras de ‘sofrência’ por um amor não correspondido que inicialmente foram eternizadas pelo cantor Pablo, que já recebeu a alcunha de “Rei do Arrocha”, nasceu em uma pequena cidade da Região Metropolitana da Bahia: Candeias. O sucesso foi tanto que já nos anos 2000, o ritmo tornou-se o queridinho do Brasil, e em especial, na Bahia. 

É nesse sentido que o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) apresentou um projeto de lei na última terça-feira, 13, para tornar o fenômeno musical como Patrimônio Cultural da Bahia. A proposição foi protocolada na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

“Com letras que abordam o amor, a dor, a saudade e as emoções do cotidiano, o gênero traduz o sentimento coletivo e a identidade das classes populares, especialmente das periferias urbanas e das comunidades rurais. Além disso, promove a valorização de artistas regionais e independentes, que encontraram no Arrocha uma forma de expressão e resistência cultural”, argumenta o parlamentar.

Para o psolista, o gênero deve ser encarado como “empoderamento cultural e econômico na Bahia”, já que vai além do entretenimento e lazer, e se torna um meio de geração de renda. 

“Reconhecê-lo como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia significa valorizar uma expressão musical que nasceu das bases populares e segue pulsante, reinventando-se e influenciando outros estilos musicais”, defende Hilton.

Entenda a tramitação da proposta

Uma vez protocolado, o documento passa a ser submetido às comissões temáticas da ALBA, e logo após, vai a discussão dos membros do colegiado. 

No caso desta proposição, a medida foi submetida nas seguintes comissões: 

  • Constituição e Justiça; 
  • Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público;
  • Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle.

Caso aprovada nas comissões, a matéria passa a ser analisada em plenário pelos demais deputados durante votação, a ser marcada pela presidente da casa, Ivana Bastos (PSD).

Gabriela Araújo

Jornalista. Repórter de política, com experiência em assessoria de comunicação, social media e rádio. Bicampeã do Prêmio Jânio Lopo de Jornalismo, concedido pela Câmara Municipal de Salvador (CMS).

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