Publicado em 08/03/2016 às 11h20.

Donos da OAS e Odebrecht negociam delação casada com MPF

As construtoras acham que uma ação isolada poderia ser fatal para uma ou para ambas. Uma iniciativa simultânea reduziria riscos

Redação
(Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados I Divulgação)
(Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados / Divulgação)

 

Os empresários baianos Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, que comandavam duas das maiores empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção na Petrobras — a Odebrecht e a OAS —, estão em processo de fechamento de um acordo para começar a negociar a delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) à frente das investigações da Operação Lava-Jato, segundo o jornal O Globo.

Ainda de acordo com a reportagem, Marcelo e Léo Pinheiro querem se colocar à disposição dos procuradores para delatar o que sabem sobre a corrupção na Petrobras e em outras áreas da administração pública. Em troca, pretendem receber os benefícios previstos em lei, assim como outros réus da Lava-Jato. O acordo não envolve combinação de versões entre os executivos. O plano é os dois fazerem opções simultâneas por uma mesma tentativa de resolver o problema.

As construtoras acham que uma ação isolada poderia ser fatal para uma ou para ambas. Uma iniciativa simultânea reduziria riscos. As duas empresas teriam papel fundamental no esclarecimento sobre as questões levantadas na 24ª etapa da Lava-Jato: as relações entre os dois grupos e o ex-presidente Lula.

Representantes dos dois empresários participam da negociação, e os dois grupos têm pressa em chegar logo a um desfecho, por questões financeiras e penais. Pinheiro, que está em prisão domiciliar, já foi condenado a 16 anos de cadeia. Se a condenação for confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, ele voltará imediatamente à prisão em regime fechado. Já Marcelo está preso em Curitiba desde 19 de junho do ano passado, sabe que tem poucas chances de sair da prisão diante do volume de acusações que surgem sobre o envolvimento da empresa dele com a corrupção na estatal.

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