Publicado em 30/07/2021 às 12h30.

E a bomba de Bolsonaro sobre urnas era apenas as mesmices requentadas

Na verdade, nem traque foi

Levi Vasconcelos

 

(Campo Alegre de Lourdes - BA, 30/07/2020) Palavras do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos /PR
Foto: Alan Santos /PR

 

‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’.

O versículo bíblico acima (João 8:32), sempre evocado por Jair Bolsonaro, mais uma vez entrou em cena ontem pelo presidente na live em que prometeu apresentar fraudes nas urnas eletrônicas.

Apresentou? Há mais de três anos Bolsonaro fala isso. Ele acha que mostrou ‘a bomba’, mas nem traque foi. Simplesmente não convenceu. Apresentou vídeos antigos, que nada provam ou que já foram desmentidos. Em suma, requentou fatos já negados.

Bolsonaro diz, por exemplo, que em 2014 Aécio Neves perdeu para Dilma roubado, coisa que nem o próprio Aécio diz. E o ministro Luis Barroso, do STF e presidente do TSE, alvo preferencial do presidente no caso das urnas, refutou: “‘Essa de seu eu perder houve fraude’ é de quem não aceita a democracia”.

Mentiras

Bolsonaro também disse que em 2022 ‘espera um milagre’, o de se reeleger. E se perder será como diz Barroso? Nos finalmentes, criticou a imprensa:

— Parece que não existe notícia boa. Só tem notícia ruim? O Globo, a Folha de São Paulo, deviam olhar isso.

Veja você que segundo a ong Artigo 19, no Relatório Global de Expressão, ano passado Bolsonaro falou 1.682 declarações falsas ou enganosas, média de 4,3 por dia.

Se é que o é, convenhamos, sabe-se que ele lê a Bíblia, mas precisa internalizar o versículo que tanto evoca.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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