Publicado em 07/05/2024 às 11h32.

Em cerimônia boicotada, Putin assume novo mandato

Estados Unidos e aliados não comparecem em protesto

Redação
Foto: Ivan Sekretarev/ Associated Press

O presidente russo, Vladimir Putin, tomou posse para um novo mandato de seis anos nesta terça-feira (7), em uma cerimônia no Kremlin, onde declarou estar potencialmente aberto a negociações nucleares com o Ocidente. Os Estados Unidos não compareceram à cerimônia, após afirmarem não considerar sua reeleição livre e justa. Reino Unido, Canadá e a maioria das nações da União Europeia também decidiram boicotar a cerimônia de posse, mas a França disse que enviaria seu embaixador. Aos 71 anos, Putin é um líder absoluto na politica russa.

No cenário internacional, ele está travado em um confronto com os países ocidentais, aos quais acusa de usar a Ucrânia como um veículo para tentar derrotar e desmembrar a Rússia. No poder como presidente ou primeiro-ministro desde 1999, inicia seu novo mandato mais de dois anos após ter enviado dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia, onde as forças russas recuperaram ímpeto após uma série de reviravoltas e estão buscando avançar ainda mais no Leste. A Ucrânia afirmou que o evento buscou criar “a ilusão de legalidade para a permanência quase vitalícia no poder de uma pessoa que transformou a Federação Russa em um Estado agressor e o regime governante em uma ditadura”.

De acordo com matéria na Reuters, Putin disse à elite política da Rússia, após tomar posse, que não estava encerrando o diálogo com o Ocidente, mas que este teria que fazer sua própria escolha sobre como se envolver com seu país. Ele afirmou que as conversas sobre estabilidade nuclear estratégica com o Ocidente também eram possíveis, mas somente em termos iguais.

“Somos um povo unido e grande e, juntos, superaremos todos os obstáculos, daremos vida a tudo o que planejamos. Juntos seremos vitoriosos”, disse Putin.

Em março, Putin obteve uma vitória esmagadora em uma eleição rigidamente controlada, da qual dois candidatos contrários à guerra foram barrados por motivos técnicos. Seu oponente mais conhecido, Alexei Navalny, morreu repentinamente em uma prisão no Ártico um mês antes, e outros críticos importantes estão presos ou foram forçados a fugir para o exterior. Sergei Chemezov, aliado próximo de Putin, disse à Reuters, antes da cerimônia, que Putin trouxe estabilidade, algo que até mesmo seus críticos deveriam saudar.

“Para a Rússia, essa é a continuação do nosso caminho, isso é estabilidade – você pode perguntar a qualquer cidadão na rua”, disse Chemezov.

“O presidente Putin foi reeleito e continuará seu caminho, embora o Ocidente provavelmente não goste disso. Mas eles entenderão que Putin é a estabilidade para a Rússia, e não um tipo de pessoa nova que veio com novas políticas – seja de cooperação ou até mesmo de confronto.”

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