Publicado em 27/12/2024 às 12h53.

Em silêncio após prisão de aliados, ACM Neto vai à missa pedir ‘paz e tranquilidade’

Vereador do União Brasil e empresário conhecido como 'Rei do lixo' são investigados pela PF sob suspeita de desviar recursos de emendas

Alexandre Santos
Foto: Assessoria/ACM Neto

 

Em sua primeira aparição pública após a prisão de correligionários, o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, esteve na Igreja do Bonfim na manhã de sexta-feira (27), a última do ano, repetindo uma tradição que reúne baianos e turistas. Segundo a assessoria do ex-prefeito de Salvador, ele foi à basílica para renovar sua fé e fazer um “pedido especial” de paz e tranquilidade para os baianos em 2025.

“Última sexta-feira do ano é dia da gente agradecer por toda a proteção que o Senhor do Bonfim nos deu ao longo de 2024 e também pedir para que ele continue presente em nossas vidas, na vida da nossa comunidade, da nossa gente, em especial do nosso estado, da Bahia, como o grande protetor do nosso povo nos guiando, nos iluminando e dando energia e força para todo o povo baiano”, afirmou ACM Neto, acompanhado do prefeito e afilhado político Bruno Reis (União Brasil).

O ex-prefeito também fez um apelo para que o novo ano traga mais segurança e harmonia para as famílias baianas. “Eu acho que o recado principal é um recado de paz. […] Que a gente possa ter um 2025 com menos violência do que a gente viu no ano de 2024, que as famílias estejam mais protegidas, que a gente possa ter um ambiente mais tranquilo e seguro nas ruas de todas as cidades do estado da Bahia.”

Durante a visita, ACM Neto disse que a busca por proteção espiritual se dá sobretudo num contexto em que a Bahia enfrenta o desafio de ser o estado mais violento do Brasil. Ele, entretanto, não citou nominalmente o governador Jerônimo Rodrigues (PT), a quem costuma dirigir reiteradas críticas.

A ida do ex-prefeito ao Bonfim ocorre dias a prisão do vereador eleito em Campo Formoso, Francisco Manoel do Nascimento Neto, (União Brasil), primo do deputado Elmar Nascimento (União Brasil), e do empresário José Marcos Moura, o ‘Rei do lixo’, próximo a ele.  Os dois são suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares. ACM Neto e Elmar não são investigados.

Integrante da cúpula do União Brasil, Moura é apontado como um dos líderes da organização criminosa. Segundo a investigação, ele usou sua influência com  ACM Neto para a liberação de pagamentos de um contrato com a Smed (Secretaria de Educação de Salvador).

Desde então, porém, o cacique político tem adotado o silêncio nas redes sociais. A última publicação de cunho político feita em sua conta no Instagram, onde tem sido mais ativo, ocorreu em 13 de dezembro —dois dias após a ação da PF ser deflagrada— também direcionada a Jerônimo Rodrigues. Um dias antes, em uma festa de confraternização do União Brasil, o ex-prefeito admitiu ser “amigo” de Moura.

Na semana passada, a Justiça Federal determinou a soltura de Nascimento, Moura e outros 9 dos 16 presos pela PF —mediante uso de tornozeleira eletrônica.

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