Publicado em 19/04/2025 às 14h00.

Empresários ligados ao Rei do Lixo criaram offshores para lavar dinheiro em paraíso fiscal, diz PF

Fábio (à esq.) e Alex Parente são apontados como líderes de organização criminosa ao lado de Marcos Moura (à dir.); advogado dos dois diz que "fatos serão esclarecidos"

Redação
Fábio (à esq.) e o Rei do Lixo são apontados como líderes de organização criminosa  – Fotomontagem: Reprodução/Redes sociais

 

Os irmãos Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, empresários do ramo de construção investigados na Overclean, montaram um “sofisticado e estruturado esquema de lavagem de capitais e ocultação patrimonial”. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ambos apontados pela Polícia Federal como como líder de uma organização criminosa que fraudava licitações por meio de emendas parlamentares. Os irmãos são ligados ao empresário Marcos Moura, o Rei do Lixo, um dos alvos da operação.

Segundo a Polícia Federal, em novembro de 2024, Alex e Fábio constituíram três empresas offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe, – a Lexpar Capital & Assets Corp, a Biopar Capital & Assets Corp e a Flap Jet Assets Management Corp.”A criação dessas estruturas offshore denota o claro objetivo de dificultar o rastreamento dos recursos ilícitos e assegurar a blindagem patrimonial dos valores provenientes do esquema criminoso em investigação”, diz relatório da Overclean.

Em nota, o advogado Sebástian Mello, que representa os empresários, afirmou que “todos os fatos serão oportunamente esclarecidos perante as autoridades competentes, assim que tiverem pleno acesso à decisão e demais elementos dos autos”.

Os investigadores agora buscam identificar o valor exato remetido ao exterior. Segundo a PF, o “caráter insidioso e complexo do método empregado” vem dificultando o trabalho.

De acordo com a reportagem, a PF tomou conhecimento das empresas a partir de mensagens encontradas no celular de Fábio e de documentos apreendidos na sede da empresa Larclean Saúde Ambiental Ltda.

Além da constituição das offshores, os empresários também teriam usado contratos particulares, conhecidos como “contratos de gaveta”, para ocultar a propriedade de imóveis comprados com recursos ilícitos, segundo a PF.

Alex é apontado como “responsável por deliberações estratégicas do planejamento à execução das ações ilícitas”. Fábio seria o operador financeiro e mentor do esquema.

Quando a primeira fase da operação foi deflagrada, em dezembro de 2024, policiais federais apreenderam R$ 1,5 milhão com Alex Parente em um jatinho em Brasília.

O inquérito da Operação Overclean foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque o deputado Elmar Nascimento (União-BA), que tem foro privilegiado, foi citado. Ele nega irregularidades e afirma que o parlamentar que indica emendas “não tem competência e nem se torna responsável pela execução das verbas e pela fiscalização das respectivas obras e serviços”.

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