Publicado em 12/08/2025 às 13h29.

Encontro entre Lula e Trump na ONU não está nos planos, diz assessor

A declaração ocorre em meio à escalada de tensões entre Brasília e Washington, agravada pelo tarifaço de 50%, imposto por Trump

Redação
Foto: Wilson Dias/Arquivo Agência Brasil

 

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou que não há previsão, por ora, para uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para setembro. A declaração ocorre em meio à escalada de tensões entre Brasília e Washington, agravada pelo tarifaço de 50%, imposto por Trump, aos produtos brasileiros

“O Brasil, por tradição, é o primeiro orador na Assembleia, seguido pelos Estados Unidos. Eles podem acabar se encontrando, podem não se encontrar. Lula é sempre cortês, isso faz parte de seu perfil, mas, neste momento, não vejo nos planos pedir um encontro”, disse Amorim, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (11).

O ex-chanceler ponderou, contudo, que “nada é imutável” e que a aproximação dependerá de “gestos que justifiquem” um diálogo mais próximo.

Amorim também reagiu às declarações recentes do vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, que afirmou, sem citar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que um magistrado brasileiro teria destruído “o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os Estados Unidos”.

Segundo matéria do InfoMoney, a fala de Landau foi rebatida pelo Itamaraty no sábado (9), que afirmou, por meio de nota do Ministério das Relações Exteriores, que a afirmação é “um novo ataque à soberania brasileira” e a uma democracia que “recentemente derrotou uma tentativa de golpe de Estado” e “não se curvará a pressões, venham de onde vierem”.

Amorim, por sua vez, classificou a resposta da diplomacia brasileira como acertada, mas levantou dúvidas sobre quais seriam as motivações americanas: “Chego a me perguntar se essas declarações não são deliberadamente inaceitáveis, para provocar uma reação mais dura e justificar uma escalada da parte deles”.

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