Publicado em 21/11/2015 às 07h00.

Estamos esperando que o STF se manifeste sobre Cunha, diz Wyllys

Rebeca Bastos
Wyllys: "exclusão"
Jean Wyllys em palestra na Defensoria Pública. Foto: Rebeca Bastos

Em passagem por Salvador para participar do lançamento do Projeto Diversidade de Rua, nesta sexta-feira (20), o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) concedeu uma rápida entrevista ao Bahia.Ba.  Eleito há um mês como o melhor parlamentar brasileiro, de acordo com o juri popular do prêmio Prêmio Congresso em Foco, o baiano abordou durante a conversa, temas como o andamento da cassação do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o momento de sombras que o Brasil vive. Confira:

#ForaCunha

Não é fácil retirar um político com a força e os arranjos políticos que ele tem. São muitos rituais a serem seguidos para que haja a cassação de qualquer político, ainda mais se ele é o presidente da Câmara e usa o seu poder deliberadamente para atrapalhar qualquer movimento de investigação.  Nós que fazemos oposição a ele desde o início estamos esperando o parecer preliminar do Conselho de Ética, que teve a sua primeira reunião há dois dias cancelada por Cunha, que voltou atrás da decisão após forte protesto de parte da bancada.

Enquanto isso não ocorre, estamos esperamos que o Supremo Tribunal Federal (STF) se manifeste e que a Procuradoria Geral da República (PGE) peça o afastamento de Cunha do cargo, uma vez que ele vem utilizando seu poder para atrapalhar as investigações.

Mudança de lado da oposição

O clima na Câmara é muito pesado, principalmente para quem faz oposição a Cunha desde o início de seu mandato, como é o meu caso e de outros colegas de partido,  que também estão sofrendo retaliações dentro da casa. Nós do Psol estamos muito definidos na nossa posição e nós que entramos com as representações contra ele.

Mas também há quem aproveite o momento desfavorável para Cunha para migrar de lado e passar a fazer oposição a ele apenas agora. São eles o Dem, o PSDB e o PPS, que integram a oposição de direita e que são responsáveis por Cunha ter alcançado este tamanho,  pois sempre apoiaram a agenda negativa de dele de retira direitos das mulheres, dos povos indígenas , das populações LGBTs e das crianças.

Como prova de seu poder, Cunha conseguiu inserir três de seus aliados no conselho de ética, justamente para atrapalhar o andamento dos processos. É o caso de João Rodrigues (PSB), Paulinho da Força (Solidariedade) e Alberto Fraga (Dem).

Momento sombrio

Acredito que um dos maiores responsáveis pelo momento sombrio que o Brasil atravessa agora é o PSDB e com ele os partidos aliados, que não aceitaram a derrota nas urnas em 2014. Após uma eleição marcada por uma extrema polarização e baixo nível, já começou a questionar a eleição da Dilma no dia seguinte ao pleito. Em nome desse objetivo de impedir o  governo de ir a frente, o PSDB começou a se articular com grupelhos fascistas que antes estavam no subterrâneo e que agora decidiram dar as caras e colocar as asas de fora da maneira mais violenta possível.

Então, quem fortaleceu esses grupos fascistas, reacionários, e conservadores que estão dando esse tom sombrio foi o PSDB, tudo isso por não aceitarem as regras do jogo democrático eles produziram esse momento de instabilidade política. Isso sem falar da  crise econômica, que tem sido manipulada, sobretudo ao ser  descontextualizada da realidade internacional, que enfrenta recessão. E a crise brasileira está ligada intimamente a desaceleração da China, que deixou de importar commodities, nosso principal produto de exportação. O problema é que tudo isso tem sido usado de forma a agravar essa crise política sem precedentes.

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