Publicado em 05/01/2022 às 10h08.

Ex-governador de SP, Márcio França é alvo de operação da Polícia Civil nesta quarta

Investigação apura suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde

Redação
Foto: Governo de São Paulo
Foto: Governo de São Paulo

O ex-governador de São Paulo, Paulo Márcio França (PSB), é alvo de uma operação da Polícia Civil, nesta quarta-feira (5). Segundo a Folha de S. Paulo, os policiais cumprem uma série de mandados judiciais de busca e apreensão em endereços ligados ao político em uma investigação sobre suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde.

Ainda de acordo com a publicação, o médico Cláudio França, irmão do ex-governador, também é alvo da operação realizada em ao menos 30 locais da capital, litoral e interior para apurar a existência de crimes de peculado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A polícia busca informações em endereços da família França, além de ex-funcionários de organizações sociais (OSs), empresários e médicos. A operação é acompanhada pelo Ministério Público e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Os policiais informaram que organizações sociais eram usadas para desviar recursos através de contratos superfaturados para gestão de unidades de saúde voltadas para atender a população pobre. Agentes ouvidos pela Folha disseram que existem gravações de conversas entre Cláudio França e um suposto testa de ferro à frente da captação de recursos. Nos diálogos eles discutiriam a porcentagem que seria paga a cada um dos integrantes do grupo.

A investigação é um desdobramento da operação Raio-X, desencadeada em setembro de 2020, quando foram expedidos pela Justiça 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão. Atualmente a suspeita é de que o grupo desviou R$ 500 milhões dos cofres públicos. Até então 48 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público, sendo que 19 delas já foram condenadas pela Justiça.

O esquema apurado na Raio-X se estendia por cidades paulistas e estados como Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) era um dos investigados e foi alvo de operação da Polícia Federal em 2020. Segundo a Folha, foi em computadores confiscados na época que a política conseguiu apurar movimentações financeiras e indícios que levaram à família França, em São Paulo.

O médico Cleudson Garcia Montali, de Birigui, foi apontado como chefe daquele esquema inicial e condenado a 104 anos de prisão, além de ter que ressarcir os cofres públicos em R$ 947 mil. Segundo o jornal, a polícia avalia que a família França e Montali estão ligados nesse esquema.

Antes de deixar o governo, em dezembro de 2018, França aliviou uma punição administrativa do médico, que era diretor regional de saúde e havia sido punido com demissão “a bem do serviço público” por irregularidades consideradas graves pela própria administração estadual.

Segundo a Folha, dentre as irregularidades apontadas estava o fato de Montali ter contratado como coordenador médico da Santa Casa de Araçatuba, uma clínica da qual era sócio e cobrado por serviços não prestados. No lugar da demissão, Márcio França decidiu por uma suspensão dos trabalhos por 30 dias.

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