Ex-secretário de Educação de Salvador é alvo da PF em nova fase da Overclean

O ex-secretário de Educação de Salvador, Bruno Barral, é um dos alvos da nova fase da Operação Overclean deflagrada na manhã desta quinta-feira (3) para desarticular uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes de licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão em imóvel em que ele mora em Belo Horizonte, de onde é secretário de Educação desde abril do ano passado.

Ele foi afastado do cargo por determinação do ministro Nunes Marques, do STF. Procurado pelo bahia.ba, Barral estava com o celular desligado.

Barral atuou na pasta municipal durante gestão do então prefeito ACM Neto, entre 2017 e 2018. Em etapa anterior da Overclean, o servidor Flávio Pimenta foi exonerado do órgão sob suspeita de envolvimento na organização criminosa, segundo a PF.

O grupo seria liderado pelo empresário José Marcos de Moura, conhecido como Rei do lixo, ligado a políticos com quem firmava contratos públicos.

Moura é amigo de ACM Neto e integra a cúpula do União Brasil, sigla da qual o ex-prefeito de Salvador é vice-presidente nacional. ACM Neto não é investigado no caso.

Ao todo, 16 mandados de busca e apreensão são cumpridos em Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Aracaju. Os nomes dos demais alvos não foram divulgados.

O suposto esquema teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos e obras superfaturadas, por meio de emendas parlamentares enviadas ao Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas.

Outros presos à época foram o então vice-prefeito de Lauro de Freitas, Vidigal Cafezeiro (Republicanos); o secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista, Lucas Moreira Martins Dias; o policial federal Rogério Magno de Almeida Medeiros; o ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória, Carlos André de Brito Coelho, e Francisco Nascimento, vereador de Campo Formoso pelo União Brasil. Francisco Nascimento é primo do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil), um dos líderes do centrão, e ex-secretário executivo da Prefeitura de Campo Formoso, comandada por Elmo Nascimento (União Brasil), irmão de Elmar —ambos não são investigados. Durante a ação da PF em seu imóvel, ele jogou uma sacola de dinheiro pela janela.

Todos acabaram em liberdade sob determinação de cumprir medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.