Gleisi Hoffman convoca reunião com ministros para articular oposição à anistia

A ministra Gleisi Hoffman, da Secretaria de Relações Institucionais, convocou uma reunião para esta segunda-feira (08) com ministros do governo Lula (PT) de partidos de centro-direita. Ela deve articular com eles a oposição ao projeto de anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro. 

O encontro deve ocorrer nesta manhã com ministros que foram indicados por partidos de centro e que atuam mais próximos aos deputados e senadores. A reunião será para alinhamento da atuação coletiva dos ministros em relação ao projeto de anistia e outros temas do governo no Congresso. 

Os ministros devem compartilhar como está o sentimento das suas bancadas frente à saída da federação União Progressista do governo e ao projeto de anistia. O governo Lula é contra a anistia, portanto a ministra Gleisi deve exigir que os ministros apoiem a oposição à proposta e atuem junto às suas siglas no Congresso para barrar o projeto. 

Na última terça-feira (02), a federação União Progressista, composta pelos partidos União Brasil e PP, anunciou a saída da base do governo no Congresso Nacional. Também foi determinado que os filiados com cargo no governo devem renunciar de suas funções, inclusive os ministros de Estado.

Em uma publicação na rede social X, antigo Twitter, a ministra afirmou que respeita a direção da federação da UP. “Ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair. Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional”, disse Gleisi.

Parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado negociam junto às presidências das casas um projeto de lei que prevê anistia para os condenados por atos golpistas no dia 8 de janeiro. Alguns defendem “anistia geral, ampla e irrestrita”, o que abarcaria o ex-presidente Jair Bolsonaro, que passa por julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).