Governador aguarda oficialização da saída de Cafu: ‘estou disposto a ouvir o partido’
Em entrevista nesta segunda-feira (17), Jerônimo disse que só acreditaria após anúncio oficial ou diálogo

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), reagiu com cautela e minimizou o impacto do anúncio feito pelo deputado estadual Cafu Barreto (PSD), vice-líder de seu governo na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), que formalizou apoio à pré-candidatura de ACM Neto (União Brasil).
Em entrevista concedida à Rádio Itapoan FM nesta segunda-feira (17), o chefe do Executivo estadual afirmou que, até aquele momento, não havia sido comunicado oficialmente da decisão do parlamentar e preferiu tratar o movimento como “rumores” ou “especulação”. A entrevista de Jerônimo ocorreu antes de Cafu publicar sua nota oficial detalhando a migração nas redes sociais.
“Até agora eu não fui oficializado sobre esse anúncio que está acontecendo. Então, eu só vou acreditar ou quando o deputado dialogar comigo ou quando o presidente do partido dele, que é Otto Alencar, anunciar alguma coisa ou quando eu vir alguma coisa concreta,” declarou o governador.
Política “olho no olho”
Jerônimo reforçou que sua conduta política se baseia no diálogo direto e na transparência, mencionando o caso recente do Progressistas (PP), exemplificando como as saídas da base devem ocorrer. “Eu não sou de ficar dialogando com especulação. Eu acredito muito na política olho no olho, falando a verdade: ‘não deu certo.’ Foi assim que aconteceu com o PP. Não deu certo, dialogou-se, saiu”, disse Jerônimo.
O governador expressou seu apreço por Cafu e se mostrou surpreso com a notícia, destacando a parceria recente durante as eleições. “Eu tenho muito apreço pelo deputado Cafu, me acompanhou nas eleições. Eu tenho recebido, inclusive, prefeitos e prefeitas do deputado. Não sei porque esse tipo de rumores ou de especulação. Vou tratar assim, porque realmente eu até agora não tive nenhum pronunciamento oficial. Então, eu prefiro acreditar que seja especulação,” afirmou.
Jerônimo, no entanto, garantiu que está aberto ao diálogo para esclarecer a situação. “Estou disposto a ouvir o partido para saber o que está acontecendo, tirar essa situação de declinação e tocar a vida, porque [o que] a política exige de nós é trabalho e coragem.”
Eleições 2026
Ao ser questionado sobre as eleições do próximo ano e a definição da chapa majoritária governista, que ainda tem indefinições para as vagas de vice-governador e senador, Jerônimo assegurou que o grupo está trabalhando na construção da composição, mas respeitando os prazos legais, que se estendem até março.
Ele ressaltou a força do grupo político e a presença de nomes influentes como os ex-governadores Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT), e os senadores Otto Alencar (PSD) e Ângelo Coronel (PSD).
“O prazo é março. Mas a gente vai construindo o ambiente. Nós temos que fazer essas discussões em um ambiente adequado para isso. A política é construção. Nós estamos colocando a nossa responsabilidade nas decisões sobre dois pilares” explicou o governador.
Segundo Jerônimo, os dois pilares que guiam as conversas são: montar uma chapa competitiva em todos os níveis (estadual, federal e majoritária) e, principalmente, uma chapa que agregue e não crie desunião.
“Nós não temos o comportamento de soltar a mão de ninguém. Nesse grupo aqui, senta-se, negocia, dialoga, mas nós não soltamos as mãos de ninguém que está ao nosso lado”, concluiu o governador.
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