.
Publicado em 26/12/2025 às 18h37.

Governador defende equipamentos contra letalidade policial: ‘É claro que quero mais câmeras’

‘A Bahia não tem indústria de armas. As armas chegam aqui’, diz Jerônimo Rodrigues (PT) em entrevista à Folha nesta sexta (26)

Raquel Franco

oi

Foto: GOVBA

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) defendeu a ampliação do uso de câmeras corporais nas fardas dos policiais militares como resposta aos altos índices de letalidade policial na Bahia. Em entrevista à Folha de S. Paulo divulgada nesta sexta-feira (26), ele defende que o dispositivo é uma via de mão dupla para a corporação e a sociedade.

“Eles têm que saber que essas câmeras corporais são para ajudar a sociedade a compreender a transparência da ação policial. Mas é também para proteger ele [o policial]. É claro que eu quero mais câmeras”, afirmou Jerônimo. Ele reconheceu que a implementação ainda é insuficiente.

O governador reiterou a tese de que a criminalidade é reflexo de um problema nacional. “Todo mundo sabe, a Bahia não tem indústria de armas. As armas chegam aqui. A Bahia não tem essa quantidade de laboratório de produção de drogas. Vem de fora”, justificou. Ele defendeu a criação de um sistema nacional de segurança, que integraria inteligência e orçamentos entre os entes.

Apesar da redução em alguns índices, Jerônimo admitiu que o domínio de grupos criminosos exige uma resposta sistêmica. “Esse não é um debate de esquerda e da direita, a gente precisa de sistema na segurança pública como tem na saúde, que envolva estados, prefeituras e União. Tem que botar orçamento para dividir essa conta”, afirmou.

O chefe do Executivo estadual ressaltou que a violência nas comunidades é apenas a ponta do iceberg. “Quando tem uma comunidade violentada, não dá para gente imaginar que ali que está o foco da causa. Ali já é consequência”, afirmou. Segundo Jerônimo, o foco para 2025 será desarticular o braço financeiro do crime e impedir o fluxo de armamento pesado que chega aos bairros periféricos de Salvador.

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Settings ou consulte nossa política.