Publicado em 07/12/2015 às 19h31.

Governistas veem manobra em adiamento de comissão de impeachment

Jandira Feghali acusou Cunha e a oposição de ganhar novo prazo para construção de uma chapa avulsa, passando por cima dos demais líderes

Agência Estado
DF - IMPEACHMENT/COMISSÃO ESPECIAL/PT - POLÍTICA - O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC) (c), se reúne com   alguns dos indicados do partido que integrarão a comissão especial que   vai apreciar a admissibilidade da representação que pede o   impeachment da presidente Dilma Rousseff, em Brasília, nesta   segunda-feira. A bancada do partido será representada, além de Sibá,   pelos deputados Henrique Fontana (RS), José Mentor (SP), Arlindo   Chinaglia (SP), Wadih Dhamous (RJ), Paulo Teixeira (SP), Vicente   Candido (SP) e José Guimarães (CE), líder do governo na Casa. Os   suplentes do partido na comissão serão Afonso Florence (BA),   Benedita da Silva (RJ), Carlos Zarattini (SP), Léo de Brito (AC),   Maria do Rosário (RS), Paulo Pimenta (RS), Pepe Vargas (RS) e   Valmir Assunção (BA).   07/12/2015 - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC) (c), se reuniu na tarde desta segunda (7) com alguns dos indicados do partido que integrarão a comissão. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Líderes governistas abandonaram nesta segunda-feira, 7, a reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e deixaram o gabinete do peemedebista chamando de “malandragem” a decisão de adiar para esta terça-feira, 8, a indicação dos parlamentares que vão integrar a Comissão Especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), e os líderes Leonardo Picciani (PMDB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) saíram da Casa em direção ao Palácio do Planalto, onde se reunirão com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, para decidir como vão se contrapor à manobra.

Revoltado com o adiamento, Guimarães disse que a mudança de data fere a legislação que trata do processo de impeachment de um presidente da República. “Isso fere o acordo político com os líderes, fere o que está circunscrito na lei. Nós não aceitamos esse tipo de manobra”, declarou o líder do governo.

O petista lembrou que os prazos foram acordados com líderes partidários e acusou a oposição de fazer “conluio” com Cunha para alterar a “regra do jogo”. “É uma oposição que não tem voto para fazer o que ele quer e faz esse conluio alterando a regra do jogo para evitar a eleição da comissão hoje. Isso não é razoável”, emendou.

Jandira Feghali acusou Cunha e a oposição de ganhar novo prazo para construção de uma chapa avulsa, passando por cima dos demais líderes e protelando a instalação do processo de impeachment. Ela lembrou que a mudança coincide com o horário da votação no Conselho de Ética do relatório que pede a continuidade do processo disciplinar contra o peemedebista, o que ela classificou de “manobra casuística clara”.

“É bom que a gente fique atento às três manobras: adiar a comissão, construir uma chapa avulsa em acordo com a oposição e adiar a reunião do Conselho de Ética onde ele é a pauta”, apontou a líder. O líder do PMDB disse que o processo de impeachment começou de “maneira ruim” com o adiamento e cobrou que os acordos feitos previamente sejam mantidos.

Na entrevista coletiva, Picciani disse que vai manter suas indicações para a comissão, mas ao deixar o Salão Verde, declarou que poderia mudar algumas indicações. “Essa manobra tem uma consequência mais grave. Ela pode permitir que a comissão indefinidamente não se instale. Isso é grave. Por isso deveria-se prezar pela estabilidade das decisões do colégio de líderes”, observou

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