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Publicado em 25/12/2025 às 13h33.

Governo Lula evita novas propostas ao Congresso em 2026 para reduzir tensão eleitoral

Planalto quer concentrar esforços em projetos já em tramitação e evitar embates com deputados e senadores

Redação
Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

O Palácio do Planalto trabalha com uma estratégia mais cautelosa para 2026. Em ano eleitoral, a orientação dentro do governo Lula (PT) é não encaminhar novos projetos de grande impacto ao Congresso Nacional, numa tentativa clara de reduzir atritos com a Câmara e o Senado e evitar desgastes políticos às vésperas da disputa nas urnas.

A avaliação entre petistas e aliados é de que o cenário vivido em 2025, marcado por embates frequentes com o Parlamento, não deve se repetir. A ideia é preservar uma relação minimamente estável com deputados e senadores, sobretudo diante de um Congresso mais sensível a pressões regionais e eleitorais no próximo ano.

Segundo apuração da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, a estratégia passa por frear novas iniciativas do Executivo e concentrar o debate em matérias que já estão em tramitação no Legislativo. Entre elas, a PEC que propõe o fim da escala de trabalho 6×1, apontada como uma das principais bandeiras do PT e de partidos aliados para o período pré-eleitoral.

A proposta, no entanto, não deve avançar sem negociações. Lideranças do Centrão admitem discutir o tema, desde que o governo aceite ceder em pautas consideradas prioritárias para o grupo, mantendo a lógica de troca que costuma marcar votações sensíveis no Congresso.

Outra frente que seguirá no radar do Planalto é a chamada PEC da Segurança Pública. A proposta é tratada internamente como uma das apostas do governo para o debate nacional sobre o tema, mas deve passar por ajustes significativos durante a tramitação na Câmara, refletindo a correlação de forças no Legislativo.

O recuo em novas propostas ocorre após um 2025 de agenda intensa. No último ano, o governo conseguiu aprovar medidas relevantes, como a reforma do Imposto de Renda e o aumento da tributação sobre bets e fintechs. Por outro lado, enfrentou forte resistência em projetos como o PL Antifacção e a PEC da Blindagem, episódios que contribuíram para o desgaste da relação com o Congresso.

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