Haddad: Brasil não será ‘quintal de ninguém’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (23) que o Brasil não abrirá mão de sua soberania e ressaltou que o país não pode “servir de quintal de ninguém”.

A declaração ocorreu durante a reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que escolheu a nova Executiva Nacional. Participando de forma remota, Haddad defendeu que o Brasil mantenha diálogo com diferentes nações sem se submeter a imposições externas.

“Estamos diante de um desafio geopolítico. O Brasil não pode servir de quintal de ninguém. Temos tamanho, densidade e importância para manter e garantir a nossa soberania”, afirmou o ministro.

Haddad reforçou que o governo brasileiro não cogita romper relações com os Estados Unidos, mas destacou que a parceria não pode ocorrer “nas condições colocadas”, citando o tarifaço de 50% aplicado pelo presidente Donald Trump.

“Jamais passou pela nossa cabeça abrir mão da parceria com os EUA, mas não nas condições que estão sendo colocadas. Dialogamos com todos os governos e, em vários momentos, o presidente Lula teve ótimas relações com presidentes americanos, sejam democratas ou republicanos. Não há razão para que isso mude, até porque o governo Trump é temporário. Não podemos abrir mão da nossa soberania, da independência dos nossos poderes”, completou.

Nova Executiva Nacional do PT

A reunião deste sábado também marcou a escolha da nova Executiva Nacional do PT, após a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) obter maioria no Processo de Eleições Diretas (PED) de 2025. O grupo, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ocupar os cargos mais estratégicos da sigla, como Comunicação e Finanças.

Edinho Silva, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social e ex-prefeito de Araraquara (SP), será o novo presidente nacional do partido. Com um perfil mais ao centro, Edinho deve buscar alianças mais amplas de olho nas eleições presidenciais de 2026.

Entre os nomes confirmados para a nova Executiva está Gleide Andrade, próxima à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Gleide deve continuar à frente da Secretaria de Finanças do partido.