Haddad critica decisão do Congresso sobre IOF e avalia ir ao STF

Ministro da Fazenda diz que alternativa será cortar orçamento ou buscar nova fonte de receita

Rodrigo Fernandes

Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu com firmeza à derrubada do decreto que elevava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em entrevista ao videocast C-Level Entrevista, da Folha de S.Paulo, o chefe da equipe econômica classificou a decisão do Congresso Nacional como “flagrantemente inconstitucional” e indicou que o governo pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da via judicial, Haddad mencionou outras duas possibilidades em estudo: cortar novamente o Orçamento da União. Segundo ele, decisão “vai pesar para todo mundo”. Outra medida é encontrar uma nova fonte de arrecadação.

O ministro relembrou a reunião realizada em 8 de junho com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), onde, segundo ele, houve consenso sobre o ajuste nas alíquotas do IOF.

“Saí de lá imaginando que estava tudo bem. Não só eu, todo mundo. Eu não sei o que mudou. Eu não consigo… O que mudou daquele domingo para hoje?”, questionou.

A votação que derrubou o decreto ocorreu na última quarta-feira (25), e Haddad afirmou ter sido surpreendido. “Eu acordei com uma ligação da Gleisi [Hoffmann, ministra das Relações Institucionais]”, disse, revelando que sequer conseguiu falar com Motta no dia da decisão.

A atitude do presidente da Câmara evidencia um possível desgaste na relação política entre os dois, conforme apontado por parlamentares petistas.

Apesar da derrota, o ministro reforçou o compromisso do governo com uma agenda de justiça tributária, defendendo uma carga mais leve para os mais pobres e a cobrança proporcional dos mais ricos.

“Se a turma da Faria Lima está incomodada, tudo bem”, declarou.

Jornalista, repórter e produtor de conteúdo. Com experiência em redação e marketing digital, faz cobertura de esporte e política no bahia.ba. Antes disso, foi editor do In Magazine – Portal iG e repórter do Portal M! – Muita Informação.