Publicado em 20/03/2025 às 16h48.

Haddad: ‘O que torna dívidas impagáveis são os juros’

Segundo o ministro da Fazenda, há R$ 86 bilhões em empréstimos de bancos a pessoas físicas atualmente no Brasil

Redação
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (20) que o que torna famílias superendividadas são os juros cobrados pelas instituições financeiras em operações de empréstimo, e não as dívidas em si. A informação é da coluna Radar, da revista Veja.

Segundo o chefe da pasta, há R$ 86 bilhões em empréstimos de bancos a pessoas físicas atualmente no Brasil, sendo que as instituições estariam cobrando uma taxa de juros superior a 5% ao mês.

Haddad avalia que novas medidas adotadas recentemente pelo governo poderiam facilitar a diminuição dessas taxas. Como exemplo, o ministro citou a nova linha de crédito consignado para trabalhadores, conhecida como Crédito do Trabalhador, assinada pelo presidente Lula na última semana. O dispositivo entrará em vigor nesta sexta-feira.

“Ele (trabalhador) pode usar o consignado privado nos próximos 120 dias para substituir esse empréstimo por um negociado com o sistema financeiro. Não precisa ser no banco onde ele fez o empréstimo. Ele pode fazer isso em outro banco. Ele pode criar uma concorrência entre os bancos para que eles ofereçam o melhor produto, e ele pode migrar de uma situação para a outra, o que vai evitar o superendividamento. O que superendivida as famílias é menos a dívida do que o juro. O juro é que faz com que a dívida se torne impagável. E, com esse mecanismo, as pessoas vão ter um crédito barato que vai evitar o superendividamento”, disse o ministro.

A declaração foi dada no Diretório Nacional do PT, em Brasília, onde o ministro compareceu nesta quinta-feira.

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