Publicado em 17/01/2025 às 15h54.

Haddad sugere envolvimento de Bolsonaro em crise sobre monitoramento do Pix

Ministro da Fazenda afirma que ex-presidente e sua família têm histórico de conflitos com a Receita Federal

Redação
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (17) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria envolvido na polêmica sobre o monitoramento de transações via Pix, anunciado e posteriormente revogado pela Receita Federal após repercussão negativa.

“Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do [deputado] Nikolas, e o [marqueteiro] Duda Lima foi quem fez a produção do vídeo. E eu penso que o Bolsonaro tem uma bronca com a Receita pelas questões conhecidas”, disse Haddad em entrevista à CNN.

O ministro também mencionou investigações conduzidas pela Receita Federal envolvendo Bolsonaro e sua família. “A Receita Federal descobriu o roubo das joias, abriu investigação das rachadinhas e sobre os mais de 100 imóveis comprados pela família Bolsonaro sem uma notável fonte de renda. Eles têm um problema com a Receita”, completou Haddad.

Na quarta-feira (15), Haddad revogou o ato normativo da Receita Federal sobre o monitoramento de movimentações por Pix e, na ocasião, criticou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O senador foi investigado por prática de rachadinha durante seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, mas não foi processado após desdobramentos judiciais.

Sobre o tema, Haddad afirmou: “Não podemos colocar a perder os instrumentos que o Estado tem de combater o crime. As rachadinhas do senador Flávio foram combatidas porque a autoridade identificou uma movimentação absurda nas contas do Flávio Bolsonaro. Agora o Flávio Bolsonaro está reclamando da Receita? Ele não pode reclamar da Receita, ele foi pego pela Receita”.

Em resposta às declarações, Flávio Bolsonaro ajuizou uma ação de indenização por danos morais contra Haddad, pedindo uma indenização no valor de 40 salários mínimos, além das custas processuais, totalizando R$ 60.720,00. O processo está em tramitação no 1º Juizado Especial Cível de Brasília.

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