Publicado em 29/10/2025 às 15h50.

Hamilton Assis critica megaoperação no RJ e pede combate inteligente ao crime

Edil defendeu uma abordagem diferente para o combate ao crime organizado

Luana Neiva / André Souza
Foto: André Souza / bahia.ba

 

O vereador Hamilton Assis (PSOL) criticou nesta quarta-feira (29) a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou dezenas de mortos, classificando a ação como ultrapassada e ineficaz. Segundo o edil, o modelo atual privilegia o uso da força em vez de inteligência e investigação, atingindo principalmente jovens pobres e negros das comunidades.

“Primeiro, é lamentável. Isso revela um modelo de combate ao crime organizado completamente ultrapassado, sobre o qual já fazemos críticas há muito tempo, principalmente especialistas e analistas de segurança. Investe-se muito pouco em investigação, e as polícias civis estão sucateadas. Onde a inteligência é usada de forma estratégica, é possível desabilitar organizações criminosas sem disparar um tiro”, afirmou o vereador.

Hamilton citou como exemplo uma operação em São Paulo, na Faria Lima, que descobriu ramificações do PCC em postos de combustíveis, hotéis e até refinarias. “Quantas pessoas morreram? Pelo menos nenhuma, que eu tenha conhecimento de forma objetiva. No entanto, nas comunidades populares, parece que a violência se naturalizou”, disse.

O vereador criticou ainda a lógica das operações, apontando que quem vai para a ponta geralmente são pessoas pobres e negras, enquanto governadores e secretários de segurança permanecem distantes. “Os principais articuladores nunca vão atrás dos criminosos. São os filhos das classes trabalhadoras que vão para esses territórios e acabam coagindo outros pretos e pobres como eles, rotulando-os como marginais”, desabafou.

Por fim, Hamilton defendeu uma abordagem diferente para o combate ao crime organizado. “O uso da força é apenas uma das formas de enfrentamento. O problema das raízes do crime está na degeneração do tecido social, causada pela pobreza, miséria, desigualdade e falta de oportunidades. É preciso enxergar os jovens como potência e não como marginais”, concluiu.

Luana Neiva
Jornalista formada pela Estácio Bahia com experiências profissionais em redações, assessoria de imprensa e produção de rádio. Possui passagens no BNews, iBahia, Secom e Texto&Cia.

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