Publicado em 30/05/2023 às 16h45.

Indígenas protestam no Congresso e chamam marco temporal de ‘genocídio legislado’

"Quem insistir em votar o PL 490 serão compreendidos como os ‘Cabrais’ do século 21, nesse genocídio legislado"

Redação
Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real

 

Em protesto realizado no Congresso nesta terça-feira (30) contra a votação do projeto que fixa um marco temporal e dificulta a demarcação de terras, indígenas disseram que a proposta representa na prática um “genocídio legislado contra os povos originários”.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e deputadas da chamada “bancada do cocar” Célia Xacriabá (PSOL-MG), e Juliana Cardoso (PT-SP), entre outros parlamentares, concederam entrevistas na Câmara dos Deputados para pressionar pela retirada do texto da pauta de votações. A proposta pode ser votada ainda nesta terça.

“Quem insistir em votar o PL 490 serão compreendidos como os ‘Cabrais’ do século 21, nesse genocídio legislado”, afirmou Célia.

Segundo o G1 Guajajara destacou que a proposta permite o garimpo ilegal nas terras indígenas e lembrou a crise humanitária vivida pelo povo Yanomami.

“Hoje estamos aqui para pedir a retirada do projeto de pauta de votações no dia de hoje. O projeto representa sim um genocídio legislado, porque vai afetar diretamente povos isolados. Autoriza acesso de terceiros em territórios onde vivem pessoas, povos que ainda não tiveram contato com a sociedade. Não é possível que este Congresso Nacional aprove hoje (o projeto) e faça com que esse dia fique marcado daqueles que aprovaram contra a vida dos povos indígenas no Brasil”, afirmou Sônia Guajajara.

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