Publicado em 19/02/2025 às 09h47.

Denunciados por trama golpista deixaram rastro de documentos sobre plano, diz PGR

Posicionamento de Paulo Gonet vai na contramão do discurso adotado por parlamentares bolsonaristas e pelo próprio ex-presidente

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma na denúncia em que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado que o grupo envolvido na liderança do plano deixou um rastro de documentos desde 2021 para desestabilizar a eleição de 2022. A informação é da colunista Letícia Casado, do portal UOL.

O posicionamento de Gonet vai na contramão do discurso adotado por parlamentares bolsonaristas e pelo próprio ex-presidente. Desde o 8 de janeiro de 2023, congressistas têm adotado a narrativa de que os ataques às sedes dos Três Poderes foram um ato de revolta popular sem coordenação. Por sua vez, Bolsonaro sempre negou ter sido informado de qualquer tipo de plano de golpe.

“O termo inicial dos atos executórios pôde ser identificado, uma vez que a organização criminosa descera ao cuidado de documentar o seu projeto de retenção heterodoxa do Poder. Durante as investigações, foram encontrados manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagem reveladores da marcha de ruptura da ordem democrática”, escreveu Gonet no documento.

De acordo com a colunista do UOL, Paulo Gonet também afirma que em 2021 Bolsonaro adotou “crescente tom de ruptura com a normalidade institucional”.

Em nota, a defesa de Bolsonaro disse que a denúncia é inepta e baseada em uma única delação a denúncia da PGR.

Ele refere-se a colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente. “A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa”, disse o comunicado.

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