Publicado em 27/03/2017 às 10h05.

Irecê, uma história de terror que nasce com a corrupção

O xis da questão é que Irecê não é caso isolado. Nos quatro cantos da Bahia, onde se vai, pergunta-se qual o principal problema e a resposta é única: segurança

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“A violência é o último refúgio do incompetente

Isaac Asimov, escritor e bioquímico russo especializado em estudos espaciais (1920-1992)

Foto Manu Dias/ GOVBA
Foto Manu Dias/ GOVBA

Os vídeos e relatos que circularam nas redes sociais sobre a noite de terror que bandidos patrocinaram em Irecê na sexta da semana passada são dignos de uma guerra civil.

Eles chegaram já dizendo a que foram, mas ensaiando uma espécie de civilidade bandida, avisando aos que encontravam:

— Nada vamos fazer com vocês. Só vamos roubar o governo, que nos rouba.

E daí seguiu-se imenso espocar de tiros e bombas, o povo escondendo-se debaixo da cama e onde dava acuado, com medo.

O xis da questão é que Irecê não é caso isolado. Nos quatro cantos da Bahia, onde se vai, pergunta-se qual o principal problema e a resposta é única: segurança. O que, aliás, é um problema nacional.

Tal e qual Irecê, somos um povo acuado. Em cima, a enxurrada de ladrões que emergem da Lava Jato nos surrupiando bilhões. Embaixo, os bandidos vulgares.

O pior, com o agravante: os primeiros produzem os segundos. Os políticos têm tripla culpa no caso. Ei-las:

1 — Deveriam dar bons exemplos e, em vez disso, são mestres da escola do mal.

2 — Surrupiam o dinheiro do povo, que deveria estar a serviço das causas coletivas.

3 — Mostram completo desprezo pelo propósito mais sublime da política, que é o zelo pelo bem estar público.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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