Publicado em 27/11/2025 às 17h58.

Isidório associa anistia ao perdão bíblico e descarta voto contrário

Ele declarou que “não tem como votar contra a anistia” porque, em sua interpretação, “a anistia é perdão de pecado”

André Souza / Luana Neiva
Foto: Luana Neiva/Bahia.ba

O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) afirmou que não votará contra uma eventual proposta de anistia no Congresso. Segundo ele, o instituto representa perdão, conceito que associa a princípios bíblicos e à prática de recuperação de internos de sua comunidade terapêutica. O parlamentar também comentou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticou privilégios no cumprimento de penas.

Isidório afirmou que, caso o tema chegue ao plenário, não há possibilidade de rejeitar a proposta. Ele declarou que “não tem como votar contra a anistia” porque, em sua interpretação, “a anistia é perdão de pecado”. O deputado recorreu a passagens bíblicas para justificar sua posição e citou personalidades religiosas que, segundo ele, teriam sido perdoadas após cometer faltas.

O parlamentar mencionou a atuação da Fundação Dr. Jesus, comunidade terapêutica que mantém em Simões Filho. Ele afirmou que o espaço acolhe “2.180 internados”, entre dependentes químicos e pessoas que “querem mudar de vida”, o que considera uma forma cotidiana de anistia. Isidório afirmou que “a misericórdia de Deus é a causa de nós não sermos consumidos” e declarou que não votaria contra qualquer medida que, em seu entendimento, represente perdão.

O deputado acrescentou que a análise de responsabilidade penal compete ao Poder Judiciário. Ele disse que “quem resolve crime é o STF” e avaliou que a Corte tem atuado com rigor ao determinar prisões de militares de alta patente. Segundo ele, circulam “muitas fake news, muita mentira” envolvendo especulações de interferência internacional ou de instabilidade institucional.

Prisão de Bolsonaro

Ao comentar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, Isidório afirmou que processos criminais devem ser tratados exclusivamente pelo Judiciário. O deputado disse que “não gosta de se envolver” em discussões sobre prisões, mas defendeu isonomia no cumprimento das penas.

Ele destacou um projeto de sua autoria que propõe regras específicas para prisão domiciliar de condenados com mais recursos. “Criamos um modelo em que o preso não fique em mansão, cobertura ou fazenda”, afirmou. O texto prevê estruturas simples, próximas a presídios e fiscalizadas pela polícia penal. De acordo com o parlamentar, conceder prisão domiciliar em residências de luxo é “dar troféu ao criminoso”.

Sobre Bolsonaro, ele afirmou que “quem tem de responder é o STF”, reiterando que “todos são iguais perante a lei”.

Saídas temporárias e tratamento igualitário

Isidório também comentou a possibilidade de veto às saídas temporárias, após pressões de parlamentares governistas e oposicionistas. Ele afirmou que o direito penal deve ser aplicado de forma igual. “O pau que dá em Chico precisa dar em Francisco”, disse. O deputado declarou ter votado contra a blindagem parlamentar para manter parlamentares sujeitos às mesmas regras aplicadas à população.

Ele criticou comportamentos criminosos atribuídos a agentes políticos e defendeu que qualquer delito cometido por autoridades deve ser punido. “O povo não nos elege para virar ladrão”, afirmou, acrescentando que o mandato deve ser usado para servir à população e não para buscar privilégios.

André Souza
Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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