Publicado em 04/09/2025 às 10h36.

Isidório diz que evangélicos que apoiam PL da Anistia foram ‘seduzidos’

"Muita gente que entrou de gaiato, que foi seduzido, não sabia que se tratava de um esquema para [matar autoridades]", informou o deputado

Carolina Papa / Gabriela Araújo
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) questionou os argumentos usados pelos advogados de Jair Bolsonaro (PL) para afastar a participação do ex-presidente na suposta tentativa de golpe de Estado no país. Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (4), questionou se seria necessário um “derramamento de sangue” para comprovar as articulações golpistas após a derrota do ex-presidente nas eleições de 2022 e criticou a entrada de evangélicos nas tratativas para conceder anistia aos envolvidos na trama golpista e nos ataques do 8 de janeiro. 

“[O advogado de Bolsonaro] fez um discurso dizendo que é um absurdo [o julgamento], que não houve golpe. Quando você pega ele próprio falando antes de ser o advogado do Bolsonaro, ele está dizendo que não resta dúvida que teve o golpe, apenas não derramou o sangue. Precisava? A gente ia esperar cortar o pescoço do presidente, do vice-presidente e matar o ministro [Alexandre de Moraes] do Supremo? E vocês acham que seriam só essas mortes?”, pontuou o deputado.

Para jornalista, Isidório comentou também sobre o PL da Anistia, que pode beneficiar Jair Bolsonaro em caso de condenação pelo Supremo. O baiano se manifestou contra o projeto. Para ele, os  evangélicos foram “seduzidos” para participar das articulações para a aprovação da proposta na Câmara. 

“Eu tenho preocupação com essa anistia. […] Todos os grandes que planejaram matar não podem e não devem ser anistiados não. Os nossos irmãos, policiais, evangélicos que entraram de gaiato, se é que não são iguais a eles. […] Muita gente que entrou de gaiato, que foi seduzido, não sabia que se tratava de um esquema para [matar autoridades]. Graças a Deus que as forças armadas não se curvou a essa covardia, a essa tirania e por isso não tivemos o golpe”, acrescentou. 

Julgamento 

O julgamento por tentativa de golpe de Estado foi iniciado na quarta-feira (3) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os investigados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus.

O ex-mandatário e os demais réus fazem parte do “núcleo crucial” da suposta organização criminosa. Jair Bolsonaro é investigado pelos crimes de  liderar organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano contra patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado.

Os advogados de Jair Bolsonaro negam a participação do ex-presidente na trama golpista. 

Carolina Papa

Jornalista. Repórter de política, mas escreve também sobre outras editorias, como cultura e cidade. É apaixonada por entretenimento, música e cultura pop. Na vida profissional, tem experiência nas áreas de assessoria de comunicação, redação e social media.

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