Publicado em 10/03/2022 às 16h00.

Jaques Wagner, o bom articulador, pisou na bola e implodiu a base

Dezesseis anos depois de derrubar ACM, será que Wagner vai devolver a Bahia ao Neto?

Levi Vasconcelos
Foto: Elói Correa / GOVBA
Foto: Elói Correa / GOVBA

 

Jaques Wagner estava ontem que era todo cortesia para o lado de João Leão: ‘Me desculpe, Leãozinho’; e aí também botou ‘Cacazinho’, referindo-se a Cacá Leão, deputado federal, tudo com o leite já derramado. E carimbou uma pergunta que deixou os jornalistas baianos perplexos: como pode ele ter sido tão amador?

Uma das queixas principais de Leão: as tratativas que vinham sendo feitas foram deixadas de lado, e ele tomou conhecimento da chapa anunciada por Wagner pelo rádio, ouvindo o programa de Mário Kértesz. Resultado: entrou água – ou o leite já está derramado. O fato uniu o PP. Prefeitos e deputados acham que ele foi escanteado ou alijado.

Devolvendo

Na segunda-feira (7), o dia da entrevista de Wagner, Leão e o PP decidiram silenciar. Publicamente e nos bastidores, articularam a posição que envolve as bancadas federal e estadual. E quando soltaram a nota, era assunto discutido com todos. Em suma, fez o jogo político clássico, o de combinar com a torcida, o que Wagner sabe fazer e não fez.

Tem chance de reverter? De quatro pessoas com as quais conversamos, três disseram que não. A opção é mesmo ACM Neto. E um, talvez.

Um deles ainda ironizou. Disse que Wagner 16 anos atrás articulou bem a derrubada de ACM, e agora é o agente principal de atos e fatos que podem resultar na devolução a outro ACM, o neto. Ele chutou o balde para impor o PT na cabeça da chapa e acabou chutado.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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