Jerônimo articula reação ao tarifaço dos EUA e cobra apoio federal
Objetivo do governador é minimizar impactos da taxação de 50% aos produtos baianos

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou nesta segunda-feira (4), em entrevista ao bahia.ba, que tem atuado em múltiplas frentes para proteger os setores produtivos da Bahia dos efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil.
Questionado sobre as ações que seriam tomadas, o petista detalhou medidas já adotadas pelo governo estadual, a articulação com o setor produtivo e o encaminhamento de demandas ao governo federal.
“Olha, primeiro, a primeira movimentação minha foi articular o setor, dialoguei não só com a FIEB, mas com todos os segmentos produtivos, para que nós pudéssemos, numa mesa à mesa, tirarmos quais as decisões a serem tomadas do governo do estado. Eu acabei de falar aqui agora para o setor produtivo, que eu falarei enquanto governador, mas eu não quero falar com a fala desapegada dos setores”, afirmou.
Setores mais atingidos
Jerônimo destacou que diversos segmentos da economia baiana continuam diretamente afetados, mesmo após a exclusão de alguns produtos da lista tarifada pelo governo americano.
“Existem segmentos aqui, por exemplo, o setor de pneus. Nós temos que encontrar uma saída, o setor de minério e alguns tipos de ferro que são exportados, está sendo muito castigado com o tarifaço. Setor de frutas, no caso da manga, de uva, da goiaba, o cacau. Então existem segmentos que, com esse recuo do governo norte-americano, a Bahia não foi muito beneficiada. Os principais produtos que foram retirados não eram da nossa pauta de exportação”, disse.
“Então nós continuamos, o mesmo, reduzindo a quantidade de produtos com a taxação de 50%. A gente acabou não tendo contemplado os produtos da gente. Então eu espero que a gente possa, com esse movimento do setor produtivo, fortalecer a palavra e a voz da Bahia”, acrescentou.
Reunião com Alckmin e documento entregue ao governo federal
De acordo com o governador, um documento foi construído a partir de reuniões com lideranças empresariais e apresentado ao vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), que participou virtualmente de um encontro com representantes baianos.
“Eu priorizei aqui agora a presença do ministro Geraldo Alckmin, que é o coordenador dessa relação diplomática com a relação comercial com os Estados Unidos. Ele participou da reunião de forma virtual, ele e a equipe dele, nos deu um bom alento, porque se colocou à disposição das demandas daqueles 15 dias que tivemos aqui”.
“Nós tiramos um grupo de trabalho. O trabalho gerou um documento, e esse documento hoje foi apresentado ao Geraldo Alckmin, com as demandas do setor produtivo da Bahia para o governo federal”, pontuou.
Ações futuras e articulação no Nordeste
O governador também confirmou que vai se reunir com outros chefes do Executivo do Nordeste nos próximos dias para fortalecer as pautas regionais.
“Amanhã estarei em Brasília e quarta nós, governadores do Nordeste, participaremos da reunião do Conselhão Econômico e Social, e levaremos lá a palavra do Nordeste. Cada um dos estados levará a sua demanda”, antecipou.
“O outro ambiente foi o ambiente no dia seguinte, onde esses nove governadores ou representados, nós estaremos ou com Lula ou com Alckmin ou com alguém do governo federal entregando essa pauta nossa para que o governo federal olhe com carinho esses produtos”.
O que a Bahia pede ao governo federal
O foco da articulação baiana é tentar retirar os produtos atingidos pela tarifa de 50% da lista dos EUA. Quando isso não for possível, o objetivo é negociar alíquotas menores e pleitear incentivos nacionais para amenizar os impactos.
“A primeira frente, que aí eu também já me coloco aqui como resposta do Governo da Bahia, é retirar todos os produtos, é a demanda nossa, dessa pauta do tarifaço de 50%. E os que ficarem, os que o governo norte-americano não retirar, que a gente possa negociar a redução da alíquota. Então, vai ficar, vai, mas que não seja 50″.
“Vamos tentar ver se a gente consegue pautar. Essa a demanda nossa para a diplomacia brasileira. E depois, aqueles que ficarem sem a redução, mesmo com o tarifaço menor, a gente poder ver quais ações”.
“Nós estamos levando demandas para o governo federal de incentivos, a exemplo de linha de crédito, a exemplo de redução de alíquotas. E eu também, na sequência, a etapa da Bahia, é aguardar o que é que nós conseguiremos do governo federal para, na sequência, eu analisar as demandas do setor produtivo no que diz respeito àqueles segmentos que ficarem no tarifaço”.
“O grupo de trabalho vai continuar apreciando e priorizamos aqui o documento ao governo federal para que na sequência, quem sabe na próxima semana ou no março desses próximos 10 dias, a gente puder aguardar. O tarifaço vai ser aplicado depois de amanhã, no dia 6″.
“Então, esperamos que a gente consiga reduzir os produtos ou reduzir as alíquotas e aguardar para na sequência a gente poder ver que tipo de ação o governo do estado vai poder fazer para apoiar esses segmentos mais prejudicados ou sacrificados contra o tarifaço”, concluiu Jerônimo.
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