Publicado em 14/07/2025 às 11h34.

Jerônimo diz que reunirá setor produtivo para debater impactos do tarifaço de Trump

Em discurso, governador também criticou a penalização do setor no pós-mensalão

André Souza / Gabriela Araujo
Foto: Adriel Francisco/GOVBA

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou nesta segunda-feira, 14, que se reunirá com o setor produtivo para debater os impactos da taxação de 50% sobre as importações brasileiras para os Estados Unidos (EUA). 

“Não só a indústria, mas o comércio, o agronegócio, todos os segmentos. Eu quero ouvir qual o sentimento [deles sobre a tarifa anunciada por Donald Trump]”, disse o petista, durante agenda na FIEB (Federação de Indústrias do Estado da Bahia), em Salvador. 

Apesar da declaração, o chefe do Executivo baiano não deu nenhuma previsão de quando o encontro deve ser realizado. 

Em discurso, Jerônimo criticou a postura do presidente norte-americano, que considera como prejudicial e desequilibrada perante ao cenário internacional. 

“Qual é a impressão de um governo irresponsável que quer ser xerife do mundo? Não combina, nesse momento, tratativas políticas dentro do ambiente do negócio”, afirmou o governador. 

O tarifaço imposto pelo chefe da Casa Branca entrará em vigor no dia 1º de agosto, conforme consta na carta encaminhada ao presidente Lula (PT). Após a repercussão negativa do assunto, Trump diz que está à disposição para conversar com o mandatário brasileiro sobre a medida.

Na oportunidade, ele ainda mencionou o “Mensalão”, revelado pela Operação Lava Jato, que atingiu diretamente a área da construção civil do país.

“Última vez que nós vivenciamos isso no mundo, e no Brasil em especial, foi quando o Mensalão resolveu, ao invés de punir aqueles que erram, quando manuseiam o recurso público, resolveu punir o setor privado”. 

O governador diz que a forma como foi conduzida a ação resultou na destruição de parte da capacidade produtiva nacional, colocando como exemplo a ponte Salvador-Itaparica, e destaca que não houve punição aos verdadeiros culpados. Na oportunidade, ele ainda mencionou a 

“Em qualquer outro estado nacional, quando se fiscaliza os investimentos públicos, se penaliza os errantes, e ele responde, e ele paga. Mas de uma forma inteligente, protege o setor produtivo”, disse Jerônimo. 

“Nós poderíamos estar hoje celebrando a nossa ponte Salvador-Itaparica, tão sonhada com uma empresa nacional. Nós tínhamos esse potencial muito forte há 20, 30 anos, com o Mensalão, se utilizou disso, para que as indústrias, principalmente a construção civil, fosse penalizada”, completou.

Mensalão e Petrolão

O mensalão e o petrolão, por sua vez, são dois grandes escândalos de corrupção que reverberam contra os governos petistas, tanto de Lula como o da ex-presidente Dilma Rousseff. 

O tema foi usado como trunfo para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhasse força para vencer a corrida para o Palácio do Planalto em 2018.

André Souza

Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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