Publicado em 03/09/2025 às 11h41.

‘O que está em jogo é a democracia’, diz Jerônimo sobre julgamento de Bolsonaro

Governador diz que está acompanhando o processo e rechaça termo "perseguição política"

Gabriela Araújo / Raquel Franco
Foto: GOVBA/Ton Molina/STF

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse que aguarda o desfecho judicial sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, que acontece no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele ainda rechaçou o termo “perseguição” sobre a ação penal, como vem pregando políticos aliados ao ex-mandatário. 

“Eu espero que a justiça seja feita e que a gente aprenda com isso. Uma lição muito grande do que está acontecendo é que as nossas instituições não estão mortas. A gente vê a justiça viva, atuando, julgando. Eu não entendendo isso como uma perseguição até porque a gente está vendo o direito de defesa amplo e largo”, disse 

O chefe do Executivo estadual afirmou à imprensa nesta quarta-feira, 3, que está acompanhando as sessões do julgamento, transmitidas ao vivo pelo STF, e ressaltou o direito à ampla defesa do líder da oposição.

“Fiquei no intervalo do almoço, à noite pude acompanhar um balanço maior do processo. Hoje, acompanharei da mesma forma, a defesa se posicionando. [O ex-presidente] está tendo o direito de se posicionar. É isso que está posto”, declarou, após agenda no Parque Metropolitano do Abaeté, no bairro de Itapuã, em Salvador.

Jerônimo ainda diz que espera a mesma responsabilidade sobre o tema no âmbito do Legislativo, fazendo referência ao PL da Anistia dos condenados do 8 de janeiro de 2023.

“Eu espero que a gente possa tanto no Legislativo acompanhar o que está acontecendo e respeitar o que vier da Justiça. Se tiver alguma coisa fora do que esperam, que recorram, vai ter direito a isso. A minha expectativa é que a gente possa fazer justiça com a democracia”, afirmou o petista.

Esfera judicial

O petista ainda diz que o caso de Bolsonaro já não cabe mais a esfera política, e sim, ao âmbito judicial. 

“O que está em jogo, para mim, inicialmente, é a democracia. A democracia foi posta em risco. O 8 de janeiro foi o acúmulo disso. O que está posto nesse julgamento não é mais um ambiente político, é um ambiente jurídico.Está na mesa da Corte máxima do país”, declarou Jerônimo. 

E complementou: “Se fosse coisa que não tivesse motivação, não estaria na Corte máxima, [e sim], estaria em instâncias menores. Se chegou ali é porque tem motivações dos ministros, juízes sabem disso”. 

Confira como foi o 1º dia do julgamento de Bolsonaro e mais sete réus no STF

No primeiro dia de julgamento, o relator Alexandre de Moraes apresentou o relatório da ação penal, reunindo o histórico do processo desde as investigações até as alegações finais. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação dos oito acusados.

As próximas sessões acontecem nos dias 9, 10 e 12 de setembro. A votação sobre a eventual condenação ou absolvição deve ocorrer apenas nas próximas etapas, e as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Crimes imputados

Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Gabriela Araújo

Jornalista. Repórter de política, com experiência em assessoria de comunicação, social media e rádio. Bicampeã do Prêmio Jânio Lopo de Jornalismo, concedido pela Câmara Municipal de Salvador (CMS).

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