Jornada Pedagógica: Bruno Reis diz que prefeitura vai ampliar investimentos na educação

A Jornada Pedagógica da Rede Municipal de Salvador reuniu professores, coordenadores e outros profissionais da educação, na tarde desta terça-feira (4), para planejar, capacitar e alinhar práticas pedagógicas para o ano letivo que se inicia. O evento foi iniciado nesta segunda-feira (3) e teve o encerramento realizado nesta terça no Cerimonial Rainha Leonor, na Pupileira, em Nazaré, com a presença do prefeito Bruno Reis e do titular da Secretaria Municipal da Educação (Smed), Thiago Dantas.

No encontro, o prefeito destacou que tem dois grandes desafios para esta gestão que podem marcar o futuro da capital baiana: a educação e o transporte público. “O desafio é colocar Salvador, pelo menos, no top 5 da educação no Brasil. Essa é a nossa meta, e não mediremos esforços para alcançá-la. O secretário Thiago sabe que, sempre que entra no meu gabinete com um projeto ou ideia, eu viabilizo os recursos”, afirmou Bruno, ao ressaltar os investimentos da gestão municipal ao longo dos últimos anos.

O gestor municipal lembrou que, mesmo em um momento pós-pandêmico, tendo que enfrentar os impactos mais severos da pandemia, a Prefeitura realizou um investimento de R$2,7 bilhões nesta área, no ano passado, maior montante já aplicado na educação da cidade. “É suficiente? Não. Afinal, um prefeito precisa cuidar de toda a cidade, que ainda enfrenta muita pobreza, injustiça social e desigualdades. Mas não há outro caminho para transformar essa realidade que não seja pela educação. E este ano estou aqui para reafirmar que vamos investir mais do que no ano passado”, afirmou.

Educação inclusiva e antirracista

Este ano, a Jornada Pedagógica teve como tema “Direito à Aprendizagem: Construindo Caminhos para Alfabetizar na Perspectiva de uma Educação Inclusiva e Antirracista”. O evento contou com a palestra “Como ser um Educador Antirracista”, ministrada pela professora doutora Bárbara Karine e também com uma apresentação cultural da Mostra Criativa Salvador de Arte, Educação e Cultura Negra. O espetáculo é constituído exclusivamente de apresentações de escolas da rede pública municipal de ensino.

Segundo o secretário Thiago Dantas, a pauta que norteou o período formativo permeia todos os segmentos do ensino da rede municipal. “As palavras-chave são justamente essas: educação inclusiva e antirracista. Esse tema está presente na educação infantil, nos anos iniciais, nos anos finais, na EJA e precisa ser constantemente reafirmado para que possamos ser reconhecidos como uma cidade educadora e antirracista”, declarou.

“Certamente, todos que acompanharem essa apresentação sairão daqui inspirados, levando para suas escolas práticas que possam ser cada vez mais aprofundadas e que tragam os resultados esperados. Como bem disse a presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), é essencial combater, desde sempre, questões relacionadas ao racismo estrutural”, complementou.

A diretora pedagógica Cátia Verônica Dantas destacou que as crianças precisam de representatividade. “Salvador é a cidade brasileira com a maior influência africana na cultura, na religião, na música, e queremos que ela seja também reconhecida como a cidade da educação antirracista e inclusiva. As nossas crianças precisam de representatividade, de referências positivas, de autoestima e pertencimento. É por isso que estamos iniciando este ano conversando sobre alfabetização, inclusão e educação antirracista”, explica.

Segundo ela, alfabetizar na perspectiva de uma educação inclusiva e antirracista é um processo que transcende a mera aprendizagem das habilidades de leitura e escrita. Esse tipo de alfabetização busca romper com as barreiras históricas e sociais, promovendo uma abordagem que valoriza a diversidade cultural e étnica de todos os alunos.

“É fundamental reconhecer que a alfabetização não deve ser vista apenas como um conjunto de técnicas, mas como um meio de empoderar os estudantes. Isso implica criar um ambiente educacional onde todos se sintam representados e respeitados, onde suas histórias e identidades sejam legitimadas. Para tanto, todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem precisam estar cientes de suas próprias crenças e implementar práticas pedagógicas que reconheçam e combatam as desigualdades”.

A presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), Adenildes Teles, fez um convite para que todos os profissionais envolvidos na Jornada Pedagógica se aprofundem no tema, refletindo sobre ele e utilizando-o como base para construir a proposta pedagógica e a identidade pedagógica de 2025.

“A equipe da gestão escolar é fundamental, porque o professor é responsável por alguns processos, mas, sem o devido assessoramento, ele não consegue realizá-los plenamente. Da mesma forma, a Prefeitura tem suas responsabilidades, mas, sem o assessoramento adequado, também enfrenta dificuldades. Por isso, essa relação precisa ser colaborativa”, opinou.

Ano letivo

Nesta quarta-feira (5), tem início o ano letivo em toda a rede pública municipal. Ao todo, foram matriculados 131.799 alunos nas 415 escolas da rede, abrangendo creche, pré-escola, ensino fundamental I e II e a Educação de Jovens e Adultos I e II.