Publicado em 23/05/2025 às 13h51.

Kiki defende votação a ‘portas fechadas’ na CMS e critica presença da oposição em protestos

Para o vereador, confusões que ocorreram na quinta-feira (22) contaram apoio dos partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT)

André Souza / Carolina Papa
Foto:Assessoria

 

O vereador Kiki Bispo (União Brasil) se manifestou após a invasão de sindicalistas na Câmara Municipal de Salvador (CMS) na quinta-feira (22), marcada por protestos e agressões durante a sessão extraordinária. O edil defendeu a votação feita “a portas fechadas” e afirmou que o episódio contou com o apoio dos partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

“Parte dos vereadores da oposição, em vários momentos, em vários dias, estavam no meio das manifestações. Para mim está muito claro a participação [dos partidos da base do governador Jerônimo Rodrigues]. Eu quero lamentar de forma profunda a agressão, não só a Câmara, que é uma casa de leis antigas, mas também a democracia, ao Estado Democrático de Direito. O que nós vimos ontem é uma coisa inaceitável. Foram bandidos e marginais travestidos de sindicalistas e até [de] políticos”, disse Kiki sexta-feira (23) em entrevista ao bahia.ba.

Para o portal, Kiki Bispo apontou dificuldades da prefeitura de Salvador em dialogar com os sindicalistas diante do impasse sobre o reajuste salarial.

“Quando se vem para a prefeitura, é tudo a má vontade [tem] toda uma dificuldade de querer dialogar. Aliás eles torcem para que não haja nenhum diálogo, para poder sonhar em fazer essa baderna que nós vimos ontem na praça ali do centro da cidade. […] O prefeito buscou a todo instante [os sindicatos]. Foram várias reuniões que os sindicatos tiveram com o Thiago Dantas, secretário da Educação, e com o secretário Alexandre Tinoco. O que houve foi muita má vontade”, pontuou.

O reajuste dos servidores municipais ativos, inativos e pensionistas ofertado pela prefeitura de Salvador foi aprovado pela Câmara com 33 votos, com abstenção da bancada de oposição. As emendas apresentadas pela minoria, sendo seis no total, foram derrubadas.

Diante a pressão dos manifestantes na Casa devido a insatisfação na porcentagem oferecida pela gestão chefiada por Bruno Reis, a votação não ocorreu no plenário. A sessão foi suspensa por duas vezes até o resultado ser divulgado.

A proposta foi apreciada na sala de comissões. Sobre o remanejamento, Kiki argumenta que  a votação da proposta ocorreu em “uma extensão da Câmara, dentro do prédio”. O governista defendeu ainda que a decisão em não pautar o projeto no plenário contou com o apoio do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Salvador, Everaldo Braga, e da diretora da APLB-Sindicato, Elza Melo.

“Todos perceberam a invasão que foi. Vereador sendo mordido, recebendo soco, servidores sendo agredidos e microfones [sendo] arrancados. No plenário, quando houve a invasão, nós viemos para a sala das comissões que também é uma extensão da Câmara. […] Fizemos uma reunião inclusive [com] Everaldo e Elza. Fizemos uma reunião com os dois para tentar mediar e eles não garantiram a retirada ou que os manifestantes tivessem, pelo menos, o mínimo de postura para assistir a sessão. O presidente fez uma consulta à Casa Militar da Câmara e ao comandante do 18º Batalhão que estava lá presente [e] eles também atestaram. Isso está constado em ato, atestaram pela não realização no plenário”, assegurou.

‘Ninguém é passarinho para poder ficar exposto e sofrer um ataque. Até mesmo porque o que se comentava, além das agressões físicas que foram comprovadas, é que tinha gente armada, tinham sindicalistas armados no plenário. Que condições teríamos de fazer uma votação no plenário [diante uma situação] extremamente rancorosa, raivosa e consequentemente irresponsável que estava ali disposto”, acrescentou.

No final dos protestos, o sindicalista Bruno Carianha foi detido pela Polícia Militar. A vereadora Marta Rodrigues (PT) foi até a delegacia acompanhar o caso, atitude classificada por Kiki como “lamentável” por a petista “aplaudir bandido reincidente”.

“Ela [Marta Rodrigues], e o professor Hilton e Eliete [foram os] que eu vi nas imagens, é [de se] lamentar. Eu esperava que eles estivessem, primeiro, preocupados em salvaguardar a integridade física até deles mesmos, que poderiam ser vítimas de um tiro, de uma pedrada, de uma garrafada, de estilhaços de vidro que foi quebrado. A Câmara foi depredada ontem. No entanto, eles preferiram ir para a porta da cadeia, aplaudir bandido reincidente. [Bruno Carianha] já agrediu uma mulher na Sempre em 2022. A prática dele é essa. A gente lamenta que ao invés de defender de ficar ao lado da cidade, [Marta] preferiu ficar ao lado de quem transgride a lei”, finalizou.

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