Lídice da Mata diz que condenação de Bolsonaro foi justa e histórica

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) repercutiu o julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Ao bahia.ba, a parlamentar afirmou que acompanhou o julgamento com atenção e destacou a importância histórica da decisão para o país. Bolsonaro e outros sete réus foram condenados.

“É a primeira vez que alguém é condenado pela programação do rompimento do Estado de Direito. E quando se trata de um ex-presidente, considero ainda mais grave o crime, pois cabe ao chefe do Executivo defender as instituições democráticas do país. Mesmo não estando mais no cargo, ele tinha a obrigação de respeitar e manter em pé a Constituição”, declarou Lídice nesta segunda-feira (15), durante a 6ª Conferência Estadual da Pessoa Idosa (COESDIPI), realizada no Hotel Fiesta, em Salvador.

Lídice classificou a decisão como justa e elogiou o andamento do processo. “Foi uma lição de ética e seriedade para o país. Sou contra qualquer movimento por anistia que venha liberar aqueles que sequer tiveram seus julgamentos concluídos. Bolsonaro já foi julgado e os outros ainda têm tempo para recorrer”, pontuou.

A deputada também criticou os atos que resultaram no julgamento. “Esse movimento articulado buscou confrontar o Supremo Tribunal Federal e instaurar uma crise política no país, colocando em conflito a Câmara dos Deputados e o STF. Isso não é correto do ponto de vista do respeito institucional”, afirmou.

Sobre o projeto de anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Lídice reforçou que é contra. “É importante lembrar que a anistia concedida após a ditadura militar foi para pessoas que resistiram a um regime que matou, torturou e fez desaparecer centenas de brasileiros. Há uma grande diferença”, ressaltou.

Ela concluiu comparando o episódio de 2023 com o golpe militar de 1964. “Os que estavam no poder organizaram a depredação de prédios públicos para permanecer no comando do país, chegaram a pedir intervenção militar. É bem diferente daqueles que perderam a liberdade com a instalação da ditadura e foram perseguidos, exilados, mortos e torturados. Mesmo assim, a anistia só foi concedida mais de 15 anos depois”, finalizou.