Publicado em 18/04/2024 às 06h51.

Lira deve priorizar pautas-bombas em meio a embate com Planalto

Entre os itens, estão a criação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e de um grupo de trabalho (GT) para discutir o foro privilegiado

Redação

 

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

 

A queda de braço entre membros do primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), tem se estendido, e o próximo tende as pautas-bomba para o Executivo.

A reunião de Arthur Lira com os líderes partidários da Câmara, na terça-feira (16), teve como destaque o destrave de propostas defendidas pelo governo Lula. Entre os itens, estão a criação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) [número máximo que podem funcionar de forma simultânea na Casa] e de um grupo de trabalho (GT) para discutir o foro privilegiado. Na mira ainda, pautas que vão de encontro ao Movimento dos Sem Terra (MST).  O debate sobre o “Twitter Files Brasil”, uma espécie de dossiê que acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de cercear a liberdade de expressão no Brasil não deve ficar de fora.

Contudo, conforme o Metrópoles, o encontro do presidente da Câmara com os parlamentares teve como ‘pano de fundo’ as declarações do político alagoano contra o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.

“Essa notícia hoje, que você está tentando verbalizar, porque os grandes jornais fizeram, foi vazada do governo e basicamente do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, incompetente. Não existe partidarização, eu deixei bem claro que ontem a votação era de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver”, disse Lira ao comentar a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) no plenário da Casa.

Arthur Lira sinalizou a criação de um GT para discutir propostas sobre o foro privilegiado, mas deverá aguardar manifestação de outros parlamentares para conseguir maioria. O tema tem sido debatido no Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente da Câmara deverá decidir nos próximos dias os nomes que irão compor o grupo, mas não há uma data definida para instalação.

Outra medida adotada pelo líder alagoano é a votação de temas sensíveis para o governo.

Nessa terça-feira (16), o plenário da Câmara aprovou o regime de urgência de um projeto de lei para sancionar invasores de terras em áreas rurais e urbanas, tema esse que vai de encontro com os membros do Movimento dos Sem Terra (MST), grupo que defendeu a eleição de Lula em 2022.

Se tratando de MST, Lira deverá trabalhar para acelerar a discussão de temas da bancada do agro como resposta ao Abril Vermelho, que marca o período de intensa invasão de terras.

Arthur Lira também deverá realizar uma audiência pública com o jornalista Michael Shellenberger para debater o “Twitter Files Brasil”, uma espécie de dossiê que acusa o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de cercear a liberdade de expressão no Brasil.

Ainda, o presidente da Câmara se reuniu, nessa quarta-feira (17), com o ministro Alexandre de Moraes a portas fechadas e fora da agenda oficial. O tema do encontro não foi revelado, no entanto, logo depois Arthur Lira teria ligado para o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, no tom mais harmônico sobre a relação entre os poderes, como mostrou a coluna de Igor Gadelha.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.