Publicado em 01/10/2024 às 17h27.

Lula critica falta de autoridade da ONU para mediar diálogo com Israel: ‘Inexplicável’

“O que lamento é o comportamento do governo de Israel", afirmou o presidente, nesta terça-feira (1)

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considerou “inexplicável” a falta de autoridade do Conselho de Segurança das Nações Unidas para forçar Israel a participar de negociações.

“O que lamento é o comportamento do governo de Israel. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha a autoridade moral e política para fazer com que Israel se sente à mesa para dialogar, ao invés de apenas saber matar”, afirmou.

Lula também foi questionado sobre a operação que o Brasil está organizando para resgatar brasileiros no Líbano. “Nós vamos fazer isso [repatriar brasileiros] em todos os lugares que for preciso”, acrescentou. As declarações foram feitas na Cidade do México nesta terça-feira (1), onde participou da cerimônia de posse da nova presidente do país, Cláudia Sheinbaum.

Em um discurso no domingo (22) em Nova York, durante a abertura da Cúpula do Futuro da ONU que precede a Assembleia Geral, Lula destacou que atualmente “a maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões”.

“A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança diminui a cada vez que aplica padrões duplos ou se omite diante de atrocidades”, afirmou o presidente.

Lula mencionou que a “pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e as mudanças climáticas revelam as limitações das instâncias multilaterais”.

Ele também destacou, antes de seu microfone ser cortado por ultrapassar o limite de tempo, que o Sul Global “não está representado de forma condizente com seu atual peso político”.

Dentre as reivindicações de Lula, a reforma do Conselho de Segurança é uma das mais antigas de sua agenda. Durante seus dois primeiros mandatos, ele já defendia a reestruturação do órgão e buscava que o Brasil ocupasse um dos assentos permanentes.

Desde sua criação, o Conselho é composto por dez países que ocupam suas cadeiras de forma rotativa e cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França. Os chamados P5 têm poder de veto sobre as decisões desse órgão, que é um dos poucos com autoridade para tomar decisões mandatórias na comunidade internacional.

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