Publicado em 29/05/2025 às 14h34.

Lula defende MST e reforça compromisso com a reforma agrária no Paraná

Presidente oficializa assentamento e critica quem chama movimento de “invasores”

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no Paraná, nesta quinta-feira (29), para oficializar a criação do Assentamento Maila Sabrina, localizado entre os municípios de Ortigueira e Faxinal. Durante o evento, Lula saiu em defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e criticou aqueles que rotulam os militantes como “invasores”.

“Nós temos a obrigação moral, ética e política de enxergar o que vimos aqui e ter coragem de debater com aqueles que são contra o Movimento Sem Terra, contra a reforma agrária. Gente que não conhece o sacrifício e tenta vender a imagem de que vocês são invasores. Na verdade, vocês são invasores de dignidade, de respeito e de direitos que vocês merecem”, declarou Lula durante seu discurso.

O presidente, que já foi cobrado pelo próprio MST por avanços mais rápidos na reforma agrária, elogiou a luta do movimento. “O que vocês fazem não tem nada de ilegal, é o cumprimento da Constituição. A luta de vocês representa a história da dignidade do povo brasileiro”, afirmou.

Lula também fez um apelo ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para que cumpra os compromissos assumidos na área. “Se não for possível, com a mesma sinceridade com que prometemos, a gente diz na cara que não dá para fazer. Mas temos que tentar até o fim”, reforçou.

O anúncio faz parte do programa Terra da Gente, lançado com o objetivo de acelerar a reforma agrária no país. Desde 2023, segundo o Palácio do Planalto, foram entregues 15 mil novos lotes para assentamento. A criação do Assentamento Maila Sabrina deve beneficiar cerca de 450 famílias, em uma área de 10,6 mil hectares.

Apesar dos avanços, movimentos sociais apontam que o ritmo da reforma agrária ainda está abaixo do esperado. O governo federal projeta assentar 30 mil famílias em 2025 e 60 mil até o fim de 2026. Entre os desafios estão a desigualdade no campo e os impactos das mudanças climáticas, segundo o ministro Paulo Teixeira.

Ao final do evento, Lula agradeceu o grupo que participou da vigília que o apoiou durante os 580 dias em que esteve preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.